Na última quinta-feira (6), ao meio dia, o experimento cênico “Leno Queria Nascer Flor”, do artista e produtor cultural londrinense Rogério Francisco Costa teve a sua primeira apresentação da temporada de estreia do espetáculo assistida por, aproximadamente, 50 pessoas que transitavam nos arredores do Bosque Marechal Cândido Rondon. Ainda neste final de semana, outras duas apresentações já estão confirmadas: sábado (8), às 11h, no Calçadão de Londrina (em frente ao Cine Teatro Ouro Verde) e no domingo (9), a partir das 16h, o espetáculo chega ao Zerão (próximo ao Sabor & Ar).
Com patrocínio da Secretaria Municipal de Cultura (SMC), por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), o projeto “Leno na Rua – um grito para nascer flor” terá um total de 13 apresentações que percorrerá todas as regiões de Londrina ainda no primeiro semestre de 2023 que, ao final de cada performance, serão seguidas de um bate-papo sobre as experimentações. Nesta primeira etapa das circulações, duas artistas foram convidadas pelo produtor para integrar o debate: Yara Camillo, escritora e tradutora paulista que auxiliou Costa a dar vida à Leno; e a atriz, diretora e pesquisadora de teatro de rua cearense, Vanéssia Gomes, responsável pela articulação da pesquisa e orientação de cena do espetáculo.
Segundo o produtor cultural, o enredo do espetáculo se concentra na figura de Leno, um andarilho que percorre as ruas da cidade interferindo na normatividade e na rotina do espaço público. “Em um primeiro momento, temos essa imagem de um saco de lixo gigante e que, de repente, mostra-se ser essa figura fantástica que as pessoas não estavam esperando. A presença desta figura causa um impacto e, a partir dela, contamos histórias reais e inventadas, descobertas de dentro do entulho que ele carrega consigo. De lá dentro saem um menino, um pai, um irmão, uma tia, várias coisas e, entre uma história e outra, ele vai revelando a sua saga de querer nascer flor”, contou Costa.
“Leno Queria Nascer Flor” é fruto de uma pesquisa acadêmica iniciada em 2012, quando o artista ainda cursava sua graduação em Artes Cênicas na Universidade Estadual de Londrina (UEL). “O personagem é anterior à performance, pois ele foi resultado de um processo criativo de um projeto que já realizo desde o início da minha trajetória de 24 anos como ator e pesquisador de Teatro de Rua, quando passei a integrar a companhia londrinense ‘Núcleo Ás de Paus”. Já este experimento cênico foi criado há 11 anos atrás, como resultado final de uma das minhas matérias da faculdade”, explicou.
Rogério também destacou a importância do apoio do Promic para a execução do projeto e para o seu crescimento como artista. “A função de um programa como o Promic é incentivar, é dar suporte financeiro e estrutural, é de dar condições para que a arte saia do papel e me sinto muito realizado por ter tido a oportunidade de ter uma produção minha impulsionada por ele, fazendo com que se abrissem caminhos para que outros desdobramento sejam possíveis. Ele não é o fim, é o meio e está sendo um grande suporte para que outros entendimentos sejam experienciados, uma vez que a minha pesquisa ainda está em aberto e as performances buscam causar alguns atravessamentos nas pessoas e, mais do que isso, que elas também me proporcionem camadas de atravessamento de uma forma que potencialize este trabalho”, finalizou o produtor.