Cultura

Cultivo do sorgo no Arenito Caiuá é tema de evento online

21 out 2020 às 12:47

O cultivo do sorgo tem se disseminado nos últimos anos devido, entre outras qualidades, ao alto potencial de produção de grãos e de matéria seca e pela extraordinária capacidade de suportar estresses ambientais. Por isso, o cereal é excelente opção para produção, também, de forragem.

Quando o déficit hídrico é acentuado ou quando os solos estão em condições de baixa fertilidade, o sorgo pode ser alternativa para evitar perdas com culturas mais sensíveis, em especial o milho.

O cultivo do sorgo granífero e forrageiro na Região do Arenito Caiuá será discutido por especialistas na Expotécnica, que tem mais uma edição online nesta quinta-feira (22), às 9 horas.

Do ponto de vista de mercado, o cereal, em sucessão a culturas de verão, contribui para a oferta sustentável de alimentos de qualidade para animais, com baixo custo para pecuaristas e agroindústria de rações. O sorgo pode substituir parcialmente o milho nas rações para aves e suínos e, de forma total, para ruminantes.

Estima-se que a produção alcance 2,7 milhões de toneladas no Brasil em 2020. Somente Goiás, maior produtor nacional, é responsável por 47,7% desse total. O Paraná chegou a ocupar a 3.ª posição em 2004, com cerca de 40 mil toneladas produzidas em 15 mil hectares. Segundo dados do IBGE Agropecuário, a produção em 2019 caiu para 370 toneladas em 100 hectares.

PLANTIO DIRETO - Na região Noroeste e parte do Norte do Estado, onde existe a formação de solo denominada Arenito Caiuá, que abrange 3,1 milhões de hectares – um pouco mais de 15% do território paranaense - a soja tem avançado, seguida pelo milho. Mas há limitações à produtividade e rentabilidade nas áreas mais arenosas, quentes no inverno e mais sujeitas aos veranicos.

O sorgo é uma alternativa, seja no cultivo de verão, para a produção forrageira, seja no inverno ou segunda safra, voltado à produção de grãos e forragem. É produto que ganha espaço na chamada cesta básica de ingredientes forrageiros, junto com milho, trigo, triticale, farelo de arroz e fécula de mandioca.

Com o sistema de plantio direto na integração lavoura-pecuária-floresta, o cereal também ganha espaço por produzir palha de qualidade, proporcionando maior quantidade de matéria orgânica e melhor proteção do solo contra a erosão. Além disso, é capaz de aumentar a capacidade de retenção de água no solo.

“O sorgo é a grande novidade e também uma enorme oportunidade da pecuária na região Arenito Caiuá. O cereal acrescenta amido à alimentação do gado, cria oportunidades de trazer palhada e um pastejo de inverno”, diz o engenheiro agrônomo do IDR-Paraná, Antônio José Coelho de Castro. “Esta mudança é necessária e precisa ser testada na região do Arenito devido à tamanha possibilidade que ele pode levar à pecuária”.

O evento, que tem entre os promotores a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento e o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná), pode ser acompanhado pelo canal da Expotécnica no YouTube: https://youtu.be/3nSzW3dPAFw