Nesta quinta-feira (10), às 19h, a Vila Usina Cultural transmite, ao vivo e gratuitamente, o espetáculo “Nada mais seria como antes”, apresentado pelo grupo londrinense Estranha Cia de Dança-Teatro. O evento virtual é mais uma atração do Festival Ocupação Usina Cultural. O projeto, patrocinado pelo Programa Municipal de Incentivo à Cultura (Promic), abre espaço para companhias teatrais subirem novamente a um palco de verdade e mostrarem sua arte, em tempo real, para o público que está conectado em casa. As transmissões são feitas pelo canal de YouTube da Usina Cultural.
Mesclando dança e teatro, o espetáculo “Nada mais seria como antes”, protagonizado pelo ator e bailarino Gabriel Paleari, aborda questões como o amadurecimento do corpo, dos gestos e de si próprio, trazendo uma linguagem que explora a dança pessoal e intensa, em uma realidade bifurcada entre abstração e ações. Tudo se inicia em uma situação, apresentar-se para o mundo como indivíduo, mas como ser você, ser alguém, andar com as próprias pernas, aliás, qual é o desejo que forma a si?
Assim, os acontecimentos e ações convidam o espectador a adentrar neste universo do dançarino, em percurso pelas sensações, dilemas e anseios que contrastam com a experiência de assistir. O público é convidado a participar deste pequeno mundo tímido, que esse alguém tímido tem vontade de expor, e dentro desse querer estão invariáveis provações que a qualquer momento podem cumprimentar a todos.
Além do espetáculo, acontecerá, na sexta-feira (11), às 10h, um bate papo sobre o processo de criação.
Segundo o diretor de produção e programador da Usina Cultural, Eddie Mansan, o festival on-line permite que vários grupos teatrais sintam, mesmo sem público presente, a adrenalina real que somente uma apresentação ao vivo proporciona. “A área cultural vem sofrendo muito durante a pandemia, pela falta de eventos, festivais e atividades. O contexto não é favorável, mas estamos buscando formas de motivar os artistas e companhias. O festival movimenta a Usina Cultural e dá chance para que os artistas consigam atuar no palco de teatro, sentindo o ambiente, a ansiedade e frio na barriga de um espetáculo ao vivo, sabendo que existem pessoas assistindo em tempo real. É prazeroso e um alento poder oferecer essa oportunidade a equipes tão talentosas e que merecem ser valorizadas nesse período difícil”, salientou.
Mansan contou que a participação dos espectadores tem sido satisfatória, e mencionou que todos os cuidados relacionados à pandemia são tomados durante a produção e transmissão dos eventos, visando garantir a segurança de todos os envolvidos. “Com a internet, muita gente nova está assistindo aos espetáculos, e vem crescendo o número dos nossos seguidores nas redes sociais, o que é um sinal positivo. Entre uma e outra apresentação ou ensaio na vila cultural, todos os ambientes utilizados, como palco, salas, espaços em comum e banheiros, são devidamente higienizados por uma empresa especializada e certificada contratada. Seguimos rigorosamente todas as normas sanitárias em vigência, a presença de pessoas trabalhando soma até dez pessoas, no máximo, há uso de máscaras apropriadas e álcool gel, e é cumprido o distanciamento adequado”, detalhou.
O produtor ainda frisou a importância do Promic e disse que a Usina Cultural foi pioneira na cidade em transmitir teatro ao vivo, no formato on-line, durante a pandemia. “O projeto do festival já havia sido aprovado pelo Promic, em 2019, e tínhamos toda uma programação pronta para 2020, de espetáculos e atividades junto à comunidade, mas que acabou sendo interrompida por conta da Covid-19. Precisamos repensar a forma de continuar atuando, para não deixar o espaço parado, e chegamos a esse formato virtual. Abrimos um edital para as companhias e iniciamos a programação. O Promic é sempre essencial para nós, sendo a única fonte de recurso tanto da Usina Cultural como do projeto desse festival”, concluiu.
A programação do festival, iniciada em maio, prossegue até 19 de junho. Ao todo, irão se apresentar dez companhias de teatro. As informações sobre a programação, atualizadas, podem ser acessadas no Facebook e Instagram da Usina Cultural.