Com o objetivo de celebrar os 20 anos de atuação do coletivo londrinense Capstyle Graffiti, o grupo promove, até domingo (6), a 6ª edição do Festival Capstyle Graffiti.
Iniciado em 2002, por dois grafiteiros nascidos na zona norte da cidade – Tadeu Roberto Fernandes Lima Júnior, o “Carão”, e Hugo Rocha – o grupo comemora seu aniversário com atividades envolvendo mais de 80 artistas vindos de diferentes estados brasileiros, assim como da Argentina e do Chile.
A Escola de Circo de Londrina sediará duas rodas de conversa nesta sexta-feira (4). Realizada das 17h às 18h40, a primeira delas discutirá temas como a importância dos festivais de graffiti no Brasil, os cuidados que os artistas de graffiti devem ter com sua saúde mental e física, as dificuldades e a importância de acessar os editais de incentivo à cultura e como se inserir no mercado da arte através do graffiti.
Em seguida, das 19h às 20h30, será promovida a “Roda de Conversa das Minas”, que reunirá mulheres que integram o universo do hip-hop, para discutirem assuntos pertinentes ao mundo feminino. Entre outros tópicos, a atividade abordará a importância dos espaços ocupados pelas mulheres dentro do hip-hop, como conciliar a maternidade com o desenvolvimento da arte e a sensação de segurança e direito de voz dentro do hip-hop.
Finalizando as atividades, no sábado (5) e domingo (6), a partir de 9h em ambos os dias, cerca de 70 grafiteiros farão a pintura de um mural com tema livre na esquina da Avenida Duque de Caxias com a Rua Tietê. Essa ação contará com uma programação diversificada, incluindo também pula-pula e piscina de bolinhas para as crianças da região, batalha de rimas e música.
O coordenador do Programa Fábrica – Rede Popular de Cultura, Valdir Grandini, explicou que o festival conta com apoio da Prefeitura de Londrina, que disponibilizou banheiros químicos e colaborou com os organizadores para a viabilização da infraestrutura e autorizações necessárias. “Somos parceiros do Coletivo Capstyle no âmbito de várias outras atividades e ações culturais que envolvem os grafiteiros de Londrina. Isso tem possibilitado que essa forma de arte seja mostrada no contexto da cidade”, disse.
Segundo o grafiteiro Carão, que é um dos fundadores do grupo, o Capstyle chega a 2022 como um coletivo forte e relevante nacionalmente, que inclusive tem colaborado com grafiteiros de outros estados e países. “Estamos felizes por poder entregar mais um painel para a cidade, durante o festival. Londrina, junto com Curitiba, é um dos grandes polos do graffiti paranaense e se consolida cada vez mais no cenário nacional”, afirmou.
A artista e integrante do Capstyle, Kenia Kuriki, disse que o grupo está colhendo os frutos de um trabalho marcado pela resistência e ações educativas. “Nos últimos dois ou três anos, Londrina vem se abrindo mais para o graffiti, passando a entendê-lo como arte e valorizando-o, como acontece em outras cidades. Além disso, através do nosso trabalho educacional, estamos levando conhecimento para a população das regiões periféricas, e muitas pessoas tiveram o seu primeiro contato com a arte através do graffiti”, pontuou.