O Carnaval está prestes a ser celebrado e, neste ano de 2021, será um pouco diferente do que de costume. Afinal, muitas festas e celebrações Brasil afora foram cancelados e os foliões terão de se contentar em ficar em casa, guardando os protocolos contra o coronavírus. Mas, o que esses festejos seculares têm a ver com a Igreja Católica? Simples: no início, quando surgiram, eram uma celebração cristã.
“Séculos atrás, os festejos pagãos foram condensados nos dias que antecedem a Quaresma, um tempo cristão de muitas orações e reflexões. Então, a Igreja estipulou a data anterior ao tempo quaresmal para marcar a separação entre os dias de festa e os dias de oração e religiosidade”, ressalta o padre Rodolfo Tristlz, pároco do Santuário de Nossa Senhora Aparecida, na Vila Nova em Londrina. Neste ano, a Quaresma tem início no dia 17 de fevereiro, dia em que a Igreja celebra a Quarta-feira de Cinzas.
Significado
Dessa forma, os cristãos tinham alguns dias antes da Quaresma para extravasar os festejos, porque pelos próximos 40 dias guardariam um tempo para orações, jejuns e penitências. “Recordamos nesse período o tempo em que Jesus Cristo passou no deserto, sendo tentado pelo demônio. Por isso, não é momento de festividades, mas, de sobriedade e orações”, afirma o padre Rodolfo. A Quaresma inicia na Quarta-feira de Cinzas e vai até a Quinta-feira da Semana Santa, que antecede a Sexta-feira da Paixão e a Páscoa. O número 40, na realidade, significa e simboliza o tempo necessário que o cristão tem para se preparar para algo. No caso, a ressureição de Cristo.
“A Quaresma é o tempo da mudança, de se preparar para Cristo, que ressuscita e está vivo entre nós. Por isso, sempre orientamos as pessoas a praticarem orações, jejuns e penitências, além de obras de caridade, como forma de preparação. São o que chamamos de práticas devocionais. Alguns deixam de comer algum tipo de alimento, outros fazem doações a instituições”, conta o sacerdote.
Campanha da Fraternidade 2021
Todo ano, durante o período quaresmal, a Igreja no Brasil realiza a Campanha da Fraternidade (CF), desta vez ecumênica com o tema Fraternidade e diálogo: compromisso de amor e o lema Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade (Ef. 2, 14ª). Além da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), participa também o Conselho Nacional de Igrejas Irmãs do Brasil (Conic), do qual a CNBB faz parte, assim como outras denominações: Aliança de Batistas do Brasil, Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, Igreja Presbiteriana Unida e Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia.