Diversão

Óleo na costa nordestina: como isso impacta o turismo?

26 out 2019 às 09:22

Muitos turistas estão assustados com os derramamentos de petróleo no Nordeste. Mas antes de cancelar a viagem, vale a pena pesquisar a situação da região ou tentar um adiamento.

No fim de agosto, manchas de um óleo preto começaram a surgir na costa nordestina. Nos primeiros dias do desastre ambiental, apenas a Bahia não havia sido atingida, mas, com o avanço do petróleo, várias praias baianas também acabaram sujas de óleo.  

O derramamento de petróleo foi logo confirmado pela Petrobrás, com o alerta de que a substância não era de origem brasileira. E, se visualmente, a situação parecia crítica, as primeiras tartarugas marinhas e peixes contaminados confirmaram a gravidade da situação.

Diversos ambientalistas e órgãos de proteção ao meio ambiente se pronunciaram alertando que a recuperação da fauna e da flora do local vai ser lenta e pode levar décadas.  

E se os problemas ambientais são graves, o mesmo se pode dizer sobre o turismo no nordeste. Embora muitos empresários da região afirmem que o óleo não atingiu muitas praias e que é possível realizar passeios e mesmo tomar banho de mar, muitos viajantes já começam a se movimentar para tentar cancelar as viagens e os pacotes turísticos.

Importância do turismo para a região

O Nordeste é uma região rica em cultura, história e arte. Mas o que atrai mesmo os turistas para a região são as praias, o mar claro e o sol constante. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, no ano de 2018, por exemplo, o Nordeste arrecadou mais de R$ 29 bilhões só com o turismo, atividade que é considerada o grande carro-chefe da macrorregião.

É por isso que um desastre como esse é motivo de preocupação para muita gente que depende direta ou indiretamente do turismo. É claro que os moradores estão sensibilizados com os possíveis impactos ambientais, porque, afinal de contas, muitos deles também dependem de atividades extrativistas, como a pesca.

Mas a grande preocupação do momento é mesmo com a atividade turística, sobretudo porque, em condições normais, no mês de novembro os turistas já começariam a pulular pelas praias.

É necessário cancelar a viagem para o Nordeste?

Quem tem uma viagem marcada para o nordeste brasileiro e vê ou ouve informações sobre desastres ambientais como o que está acontecendo na região, automaticamente, pensa em cancelar a viagem.

É claro que a atitude é compreensível já que muita gente vai para a região para curtir as praias e os passeios em alto mar. No entanto, antes de cancelar tudo, é necessário pesquisar se o destino pretendido está entre as regiões que foram efetivamente afetadas.

Antes de tudo, pesquisar se a região foi afetada

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) faz um acompanhamento de perto das regiões afetadas pelo óleo. No site da instituição é possível encontrar, com detalhes, quais as principais regiões afetadas e onde o mar e a praia estão impróprios para banho.

É altamente recomendado que, antes de cancelar a viagem, o turista realize uma pesquisa, já que é possível haver desencontro de informações nas redes sociais. Nesse caso, melhor mesmo é procurar por fontes oficiais.

Negociação por adiamento da viagem

Alguns especialistas em direito do consumidor recomendam também que, além da pesquisa sobre a real situação da região a ser visitada, o turista tente negociar um adiamento da viagem, ao invés de simplesmente cancelá-la.

Com isso, é possível evitar prejuízo tanto para o turismo local quanto para os próprios viajantes. Isso porque em algumas situações contratuais, o turista pode ter que arcar com os cancelamentos.

Há hotéis e pousadas, por exemplo, que estabelecem no contrato que não reembolsam desistências sejam elas por quaisquer motivos. As companhias aéreas também têm regras específicas que devem ser lembradas antes do cancelamento.

Ou seja, é importante que o consumidor esteja atento às cláusulas do contrato que firmou e tente encontrar uma saída para não ficar no prejuízo e sem os momentos de descanso e relaxamento.

A via do adiamento pode ser uma boa saída porque os empresários da região precisam conter os problemas para o turismo, e preferem receber os viajantes em um outro momento a simplesmente não os receber em momento algum.