Música

Green Day faz um dos melhores shows do ano

06 nov 2017 às 07:35

Pense rápido: quantos power trios ruins existem no rock? Você seria capaz de apontar algum, sem pestanejar? Do The Police, passando pelo Motörhead, o Cream e o Rush. Não há. E o Green Day, que subiu ao palco na Arena Anhembi na noite da última sexta-feira, 3, na zona norte da capital paulista, comprovou tal argumento com um show enérgico e recheado de clássicos dos seus mais de 30 anos de carreira.

Mike Dirnt (baixo), Tré Cool (bateria) e Billie Joe (guitarra e vocal) mostraram que venceram a batalha contra o tempo. Quarentões e pais de família, os integrantes do Green Day externaram o mesmo ímpeto de três décadas atrás quando saíram da sarjeta californiana para o mundo. A terceira vinda ao Brasil - a primeira foi em 1998 e a segunda em 2010 - mostrou o quanto o grupo norte-americano amadureceu.

O show começou com uma sequência poderosa do disco mais recente, Revolution Radio, lançado no ano passado. Bang Bang e a faixa título do álbum deram as boas vindas em grande estilo. O bem-sucedido trabalho do power trio teve um impacto muito forte sob o público, que se dividia entre semimaduros, que foram adolescentes na década de 1990, e jovens que acabaram de sair das fraldas.

A dobradinha Holiday e Boulevard of Broken Dreams, do renomado American Idiot (2004), só fortaleceu a tese acima. Com um Billie Joe inspirado, a exemplo do que aconteceu no show no Rio de Janeiro, o Green Day fez valer os anos de espera para voltar ao País.

O frontman do Green Day segurou por várias vezes a bandeira do Brasil e do movimento LGBT. A performance cheia de gás não lembrou em nada o Billie Joe problemático e que foi parar no reabilitação há alguns anos para se tratar da dependência de álcool e das drogas.

O show do Green Day não tem roteiro e isso, para os fãs do bom e velho punk-rock, soa como algo prazeroso. Alguns fãs subiram ao palco para cantar e até tocar guitarra. Para muitos que estavam presentes ali, assistir ao show do Green Day foi como voltar no tempo e apreciar uma banda que os introduziu ao caminho do rock.