Por 40 minutos, o Lollapalooza não foi Brasil, foi América. Com a abertura das atividades da banda Francisco, El Hombre, um grupo mexicano e brasileiros, o festival estabeleceu uma conexão que ignora barreiras geográficas. Somos todos latinos, afinal.
Com uma estética muito própria, boa de dança, o Francisco, El Hombre é um convite à dança, à euforia. É um show molhado de suor, com 30°C no termômetro, mas com uma temperatura muito maior para quem estava diante do palco Onix ao meio-dia deste domingo, 25.
Com a convocação de Liniker e Maria Gadú para se juntarem às vozes em Triste, Louca ou Má, o Francisco, El Hombre viveu seu apogeu. Foi gente correndo das beiradas do gramado, onde dançavam, para estar mais próximos do palco, daquele momento tão político, tão bonito, tão delicado, tão afiado, tão incisivo. Já Keila, da Gang do Eletro, esteve presente no palco o tempo todo.
Tudo fervia, era música, era a percussão, o violão no talo, nas vozes em comunhão, no público intensamente entregue ao que ocorria no palco.
Mas uma apresentação do Francisco, El Hombre não é a festa pela festa ou farra pela farra. A explosão causada pela banda vem de um lugar onde o inconscientes encontra o consciente.
O discurso altamente político do grupo atinge as questões entaladas na garganta como um jab direto. Bate e solta. O grito em resposta, a dança e a explosão, depois disso, nascem desse lugar onde a revolta existe. E, por muitas vezes, no dia a dia, ficam presos. Com o Francisco El, Hombre, eles ganham um convite para sair, ganhar vida, ganhar voz.