Unimed

Convivendo com: Doença Renal Crônica (DRC)

05 ago 2019 às 07:28

A doença renal crônica consiste na alteração estrutural ou funcional dos rins por mais de três meses, que pode levar à perda progressiva e até irreversível da função dos rins. Para explicar a DRC, a Unimed Cascavel conversou com o médico nefrologista Bruno Alves Silva.


Unimed Cascavel - Como identificar se uma pessoa tem DRC?

Bruno Alves Silva - Existem dois marcadores para identificação destas alterações: O clearence de creatinina que é obtido a partir da dosagem sanguínea de creatinina e da albuminúria, que é obtida a partir de um exame simples de urina.


UC - Como essa doença impacta a vida das pessoas?

BS - Essa doença aumento o risco cardiovascular dos doentes, aumentando a mortalidade desta população. Além disso, afeta a vida diária, pois a pessoa muitas vezes terá que conviver com terapia de substituição, a mais comum é a hemodiálise. A família também se envolve no apoio e cuidado além das adaptações que devem ser feitas na nova condição.

 

UC - Quais tipos de sofrimento são envolvidos para uma pessoa que precisa conviver com o DRC?

BS - Acredito que o paciente com doença renal crônica convive com o sofrimento físico e psíquico, pois além de uma vida com restrições dietéticas, pode apresentar inchaço, falta de ar, prurido, náusea e vômito. Existem aspectos sociais importantes envolvidos desde o acesso aos tratamentos de melhor qualidade, além do acesso aos tratamentos multidisciplinares. Nem todos têm ao seu dispor uma rede profissional bem estruturada para auxílio na redução do sofrimento. Além desses, podemos ainda elencar o sofrimento espiritual, comum em pessoas com doenças graves em geral. 


UC - Como é possível melhorar a qualidade de vida de uma pessoa com IRC? Como?

BS - Por meio do tratamento dos transtornos depressivos, exercícios físicos e acompanhamento nutricional. O atendimento por profissionais de psicologia, de terapia ocupacional e de enfermagem especializada auxilia na adaptação dos pacientes e melhora a qualidade de vida deles. Esse apoio é muito importante, pois a adesão aos medicamentos e aos tratamentos passa pela importante etapa da motivação. São novas adaptações a cada momento da doença. Um time especializado apoia e dá suporte e segurança nessa caminhada. 

 

UC - Quais os principais problemas que os familiares de uma paciente em uso de hemodiálise enfrentam?

BS - Acredito que a maior angústia dos familiares são os períodos de internação e a espera por um transplante renal. Além disso, a rotina da hemodiálise pode necessitar auxílio dos familiares, como o transporte e o acompanhamento nas sessões. Também é preciso força para lidar com os efeitos colaterais da hemodiálise ou dos medicamentos, e com as complicações que podem gerar desconforto e emprego do tempo ajudando os pacientes. 


UC - Qual é a mensagem que o senhor deixa para os pacientes com DRC:

BS - A doença renal crônica pode ser controlada e prevenida. É importante que todas as pessoas façam acompanhamento regular com nefrologista, controlem a pressão arterial, realizem controle glicêmico e pratiquem atividades físicas três vezes por semana durante 30 minutos, pelo menos. Desejo força a esses pacientes e seus familiares, e saibam que atualmente os tratamentos já evoluíram bem e é possível ter qualidade de vida e adaptar-se a este novo momento da vida. Existem profissionais preparados para ajudar.


Cuidar de você. Esse é o plano.