Vida Saudável

Aumento da obesidade no Brasil chega a nível alarmante

01 out 2019 às 16:15

O sobrepeso avança de forma alarmante no Brasil, sobretudo na infância. De acordo com dados do Ministério da Saúde, 12,9% das crianças entre 5 e 9 anos são obesas e 17% das menores de 5 anos estão com excesso de peso, o que mostra um quadro de saúde pública preocupante quando o assunto é alimentação. Além da ingestão inadequada de alimentos, o país passará a ocupar a incômoda liderança entre os países mais sedentários do mundo, segundo a OMS, conforme alertado pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

O monitoramento do perfil nutricional e físico dos brasileiros é feito através de pesquisas epidemiológicas. A maior coleta de dados acontece por meio de uma pesquisa chamada Vigitel, realizada nas capitais dos 26 estados brasileiros e no DF. O levantamento monitora a frequência e a distribuição dos principais determinantes das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Com o decorrer dos anos, os níveis de obesidade, excesso de peso e diabetes evoluíram de forma desfavorável e significativa em todo o período, com uma prevalência para a obesidade e o excesso de peso nos últimos anos.

Alguns fatores da origem desse problema são: maior consumo de produtos industrializados, com excesso de sódio e açúcar, e um estilo de vida que não contribui para a realização de atividades físicas regulares. A junção desses dois fatores pode provocar sobrepeso e maior risco de desenvolver doenças como diabetes e infarto. Mas, com pequenas atitudes, é possível reverter ou amenizar esse quadro preocupante em todo o país.

A chave está em aliar uma alimentação saudável com atividades físicas. O Vigitel classifica como "prática insuficiente de atividade física" os indivíduos cuja soma de tempo gasto em atividades físicas no tempo livre, no deslocamento para o trabalho/escola e na atividade ocupacional, não alcança ao menos 150 minutos semanais ou pelo menos 75 minutos semanais de atividades de intensidade vigorosa.

Já a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera como sendo insuficiente ou alimentação de baixa qualidade o indivíduo que não atinge pelo menos 7 porções de vegetais ao dia ou aproximadamente 600g de vegetais diariamente. “Para equilibrar estes dois aspectos, não existe segredo, mas existem estratégias que podem facilitar o processo”, diz o nutricionista especializado em nutrição esportiva, Diogo Círico.

Adicionar os vegetais de maior preferência consumindo aquilo que nos agrada ao paladar -- uma vez que grande parte da população relata não ter afinidade com o sabor de alguns vegetais --, também como programar antecipadamente nossas compras de mercado e feira, podem ajudar. Ter alternativas de lanches saudáveis quando estiver na rua é uma boa estratégia, já que lanchonetes nem sempre possuem opções saudáveis.

Em relação às atividades físicas, Círico recomenda começar de forma gradual a realizar algumas tarefas a pé, de transporte público ou de bicicleta e ficar menos tempo sentado e em frente às telas (do computador, celular ou da televisão). “Sair da inércia é trabalhoso, porque nesta situação estamos dentro de uma bolha, dentro de uma zona que nos permite muito conforto”, afirma.

Mas a mudança não precisa significar um grande sacrifício. “Se for difícil sair de uma vez, vá se despedindo aos poucos do sedentarismo e da má alimentação”, orienta. “Como nutricionista responsável por uma indústria de suplementos, vejo que as pessoas também poderiam usá-los como estratégia para buscar este equilíbrio”, aponta Círico. Segundo ele, o indivíduo pode conseguir nutrientes importantes por meio da suplementação, como é o caso das vitaminas e minerais, por exemplo. Até que o hábito saudável seja estabelecido, eles podem ser consumidos via suplemento vitamínico e mineral, sempre lembrando de que eles nunca podem fazer o papel de substituir por inteiro esses compostos.