Em outras épocas, este repórter já defendeu a seguinte tese: o grande rival do Cascavel no Estado do Paraná é o Maringá. O Toledo até foi rival da Serpente Aurinegra em algumas situações, mas a rivalidade com o Porco foi mais acentuada com o Cascavel Esporte Clube e, mais tarde, com o Cascavel Clube Recreativo (CCR). O Foz do Iguaçu deu algum trabalho para o Futebol Clube Cascavel e ameaçou atrapalhar os planos da Serpente Aurinegra desde a segunda divisão. Mas hoje é um adversário que não oferece mais resistência.
Mas o Maringá tem inúmeras situações em comum com o Cascavel. São clubes jovens e que anseiam consumar a condição de grandes do interior do Estado. O Maringá, por exemplo, foi vice-campeão estadual no ano passado e já tem duas decisões no currículo. Mesmo desempenho da Serpente Aurinegra, que fez a sua segunda final do Paranaense neste ano. Os dois times se enfrentaram numa decisão estadual, a Taça FPF Sub-23, em 2017. Naquela situação, o Maringá ficou com uma vaga na Série D do Brasileiro do ano seguinte e evitou que o rival experimentasse a competição pela primeira vez.
Agora, Cascavel e Maringá elevam essa rivalidade a outro patamar e acentuam ainda mais a condição de clássico estadual. É porque ambos farão o primeiro encontro numa competição nacional. Serpente Aurinegra e Dogão se enfrentam pela terceira rodada do Grupo A7 da Série D do Campeonato Brasileiro. O duelo será neste sábado (20), às 16 horas, no Estádio Olímpico Regional. A rivalidade é tanta que, para esse jogo, foi designado presença de torcida única. Ou seja, apenas torcedores aurinegros acompanharão a partida. O mesmo irá ocorrer no jogo de volta, pelo segundo turno, em Maringá, com apenas torcedores do Dogão na partida que deve ocorrer no dia 08 de junho. A Federação Paranaense de Futebol (FPF) foi comunicada dessa decisão por meio de ofício assinado pelo diretor de competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Julio Avellar.
Confronto direto
Nesta edição da Série D, os rivais ainda não venceram. Mas o Maringá está na frente na tabela porque também não perdeu. O Dogão teve dois empates contra XV de Piracicaba e Ferroviária, em casa, na rodada passada. Por isso, ocupa o quinto lugar na tabela com dois pontos. Já o Cascavel é o lanterninha com apenas um ponto somado no empate em 1 a 1 com a Ferroviária. Mas o Grupo A7 se mostra bastante equilibrado. O líder é o Patrocinense de Minas Gerais, que tem quatro pontos, ou seja, três a mais que o lanterna Cascavel. Uma vitória no Olímpico muda tudo para o time do técnico Luis Carlos Cruz. “Ninguém quer olhar para a tabela e ver que estamos em último lugar. Não é o lugar para estar, mas é a nossa classificação atual. Mas qual é a distância nossa para o primeiro colocado? São três pontos. A distância é muita curta. E só para lembrar que o Crac, que nos venceu aqui, perdeu para o Patrocinense de virada como mandante. E que o Patrocinense empatou com a Inter, dentro de casa. E nós fomos lá em Limeira e empatamos com a Inter”, disse Cruz.
Retrospecto
O retrospecto recente não é favorável ao Cascavel, que foi derrotado nos últimos quatro jogos oficiais pelo Paranaense. Na pré-temporada deste ano, os dois times participaram do Torneio de Verão. E a Serpente Aurinegra não conseguiu superar este adversário. Mas Cruz reforça a condição de clássico e a necessidade de derrotar o Maringá no jogo válido pela Série D. “Série D é competição e vem um time que sabe competir, que é o Maringá. Tem um retrospecto positivo contra nós nos últimos jogos. E foi uma semana diferente porque foi uma semana de clássico. Eu que já disputei Inter e Grêmio, Ceará e Fortaleza, Palmeiras e Corinthians, Remo e Paysandu... foi uma semana diferente”, disse.
No atual elenco do Cascavel, Robinho é especialista em balançar as redes do Maringá. O jogador alcançou uma marca importante no clube e chegou aos 30 gols. Destes, quatro foram sobre o Dogão.