O Stein Cascavel enfrentou inúmeros desafios ao longo desta temporada. Por exemplo, o primeiro deles foi sediar a Supercopa de futsal, a primeira competição oficial do ano. O fato de jogar em casa jogou uma grande responsabilidade sobre as meninas do técnico Márcio Coelho. E elas foram campeãs num confronto duríssimo contra o Taboão da Serra, com decisão nas penalidades máximas. A conquista desse título gerou um outro desafio: disputar a Libertadores da América pela primeira vez. Em junho, as meninas tiraram de letra esse desafio e conquistaram a competição continental. Depois disso, em Paranaguá, o desafio era defender o título da Copa Mundo do Futsal. E mais um desafio superado.
O Stein Cascavel já conquistou três títulos na temporada. Mas agora terá um desafio diferente: pela primeira vez no ano, as meninas entram em quadra em desvantagem. A equipe cascavelense faz o jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil nesta quinta-feira (27) e recebe a Female de Chapecó, às 19h30, na Associação Atlética Coopavel. Em todos os outros 29 jogos oficiais que fez no ano, as meninas entraram em quadra com o intuito de vencer, mas em pé de igualdade com o adversário. Agora, o time tem a necessidade de vencer para se manter vivo na Copa do Brasil. Isso porque foi derrotado na última quarta-feira por 2 a 1 pelo time catarinense. Agora, o Stein precisa da vitória, por qualquer placar, para forçar a prorrogação. A Female tem a vantagem do empate.
Mas Márcio Coelho lembra de uma outra situação em que o time teve que lider com a desvantagem. Na decisão da Liga Feminina de Futsal (LFF), no ano passado, o Stein foi goleado pelo Taboão da Serra por 6 a 0 no jogo de ida. No futsal, o saldo de gols não conta e, como ocorre na Copa do Brasil, uma vitória simples já era suficiente para provocar a prorrogação. Na volta, o Stein venceu por 7 a 1 no tempo normal e ainda venceu por 1 a 0 na prorrogação, conquistando o título. “Na verdade, a gente teve uma desvantagem na final da Liga. Tivemos um revés lá em Taboão, até pior que esse, porque foi uma partida que a gente não se encontrou. E Taboão fez uma grande partida. Acho que agora, lá em Chapecó, a equipe não fez uma partida ruim. Foi um jogo equilibrado, tivemos uma expulsão, elas foram mais competentes e fizeram. Mas a nossa equipe está acostumada a viver com esses momentos. Temos um grande adversário, é a terceira decisão contra esse adversário, foram duas finais da Copa Mundo do Futsal e agora o mata-mata da Copa do Brasil. Estamos nos apegando muito aos nossos pontos fortes. É difícil porque você entra com essa carga de ter a desvantagem. E o adversário tem mais tranquilidade de certa forma. Mas estamos vivos. Tivemos um resultado adverso na primeira partida, mas agora estamos mais inteiros, com um tempo maior de preparação. E espero que, com o apoio da nossa torcida, a gente possa reverter a situação e chegar em mais uma semifinal de competição nacional”, explicou o treinador.
Maratona
Outro desafio de Márcio Coelho é contornar a carga de jogos. Até agora, o Stein fez 31 jogos oficiais no ano. “Tem sido uma temporada bem desgastante. Já começou um pouco diferente com a pressão de ter que vencer a Supercopa. Normalmente, o ano vai se desenvolvendo e aquela pressão pelo resultado fica mais para o final. No nosso caso, com três semanas de trabalho, já tínhamos uma decisão pela frente. Mas acho que a gente tem que entender isso como um privilégio de poder ter um calendário, de poder jogar. Claro, há o desgaste das viagens, é muito jogo, sofremos bastante com lesões nessa temporada. E isso faz parte, mas temos que confiar no trabalho dos membros da comissão técnica e dos fisioterapeutas”, disse ele.
Esta é a terceira vez que o Stein Cascavel disputa a Copa do Brasil de futsal feminino. Nas duas edições anteriores, o time chegou nas semifinais e, posteriormente, alcançou a decisão. Em 2021, faturou o título e no ano passado ficou com o vice-campeonato. Em 31 jogos nesta temporada, a equipe teve 26 vitórias, dois empates e sofreu apenas duas derrotas.