Em 2014, Wesley Gutierrez ‘voou’ na pista do Autódromo Zilmar Beux numa prova da categoria 1000 cilindradas no Moto 1000 GP. Naquele ano, o piloto completou os 3.058 metros do circuito cascavelense com o tempo de 1min02s554. Esta é a volta mais rápida da pista cascavelense numa prova de motovelocidades. A expectativa é que este recorde seja despedaçado neste fim de semana, na quarta etapa do calendário do Moto 1000 GP, que será em Cascavel. Etapa esta que marca o retorno da categoria para Cascavel. A última passagem do Moto 1000 GP ocorreu em 2015, um ano depois do recorde de Wesley Gutierrez. O próprio Gilson Scudeler, gestor da categoria, explica os motivos da possibilidade da quebra de recorde. “Não é só uma quebra de recorde. Se trata de uma quebra de recorde na pista mais rápida do Brasil. Cascavel tem esse apelo muito grande dos pilotos porque se trata de uma pista desafiadora, tem uma curva que é o Bacião, que assusta todo mundo. Eu acho que a gente tem uma grande probabilidade de quebrar o recorde com o asfalto novo, a pista está espetacular. Se não é o melhor autódromo do Brasil em termos de asfalto, é um dos melhores. Então a probabilidade de quebra de recorde é muito grande”, explicou Gilson.
Bacião
O grid do Moto1000GP terá que contar com uma pitada extra de coragem na quarta etapa do campeonato. Além da técnica e da habilidade na pista, terão de se superar no contorno na lendária Curva do Bacião, considerada a mais desafiadora do Brasil, apesar de que há quem a julgue mais suave e menos perigosa depois do aumento da área de escape. O Bacião é uma curva de raio longo de 180 graus e 300 metros de extensão de contorno. Conta com duas oscilações no seu trecho, como se fossem outras tomadas dentro da curva. Localizada no fim da reta dos boxes, em sentido anti-horário e em descida, ela passa a sensação de um mergulho ao desconhecido, sob a presença de muros e árvores. Para Alexandre “El Toro”, piloto da Procomps Xl Race Team na categoria GP1000 Master, o Bacião é um desafio particular na pista paranaense. “A pista já é muito rápida e desafiadora, mas o Bacião é um desafio em particular. Não conheço um só piloto que não sentiu aquele "frio na espinha" ao encarar o Bacião em uma corrida. Precisa ser bem destemido para continuar acelerando no ponto cego até depois da linha inicial da descida onde tem um pórtico, frear forte numa inclinação negativa e entrar na curva inclinada em alta”, considera ele. Para Michel Abboud (Norte Minas Racing Team), também da GP1000 Master, fazer bem a curva é essencial para um bom tempo. “O Bacião é muito desafiador, tem que treinar bem na pista para fazer um bom tempo. Quem faz o Bacião bem feito e tem coragem de acelerar até mais dentro da curva faz um tempo bom na pista", comenta Abboud.
Para Alan “Galego” Souza, piloto da GP1000 Open, a sensação de fazer a fazer compensa o medo. “O Bacião assusta, é um autódromo muito desafiador e você sentir que sua moto decola é uma sensação ao mesmo tempo maravilhosa e de medo também. Nas primeiras vezes, as primeiras entradas na curva dão medo. A sensação da curva é maravilhosa, mas deve ser feita muita cautela por ser uma curva super rápida”, considera ele, que corre pela equipe 77 Galego Racing Team. O piloto tem que acreditar e de se cuidar. Aí é que pode estar o segredo. Mas também o perigo. A melhor definição sobre o Bacião é de um supercampeão de motos e de carros. Claudio Girotto diz que “O Bacião separa os meninos dos homens!”. Virou um Cult”, disse.
Neste fim de semana, a etapa do Moto 1000 GP terá doze corridas. A programação inicia neste sábado (26) e se estende no domingo (27).