A forte geada registrada nesse fim de semana afetou a produção de verduras e de legumes do Programa Agricultura Urbana, em Cascavel. Estima-se que pelo menos 30% da produção das 36 hortas implantadas foi perdido. De acordo com o técnico agrícola Patrik Tristacci, responsável pelo programa, folhosas como alface, couve, almeirão, rúcula e repolho, e frutas como banana e mamão, foram as culturas mais atingidas.
"Tecnicamente falando, observamos que também tivemos perdas nas culturas de fim de ciclo como o quiabo, a batata-doce, o milho e a mandioca. Culturas como cheiro verde, rabanete e cenoura não foram afetadas pela geada", detalha Tristacci.
Levantamento feito pela equipe do Território Cidadão revela que na horta do Jardim Veneza foram registradas perdas também com as culturas da rúcula, alface e almeirão. O restante da produção, por ser de mudas novas, sobreviveu aos dias frios e está saudável.
No Bairro Morumbi, os técnicos registraram perdas também na produção de pimenta, couve, banana e jiló, "mas esta cultura ainda pode brotar e continuar produzindo", explica Patrik.
A preocupação agora é com a previsão de mais geada. "Devido ao grande número de hortas já implantadas e ao tamanho de cada uma, o Município não tem condições de fornecer 'sombrite' para proteger todas as hortas e atender os produtores. O que nós aconselhamos é que as cerca de 150 famílias que integram o programa protejam seus canteiros com lona, serragem, palha, enfim com o material que dispuser, para evitar maiores perdas", orienta o Gestor do Território Cidadão, José Carlos da Costa, o Cocão.
De acordo com ele, um exemplo positivo de proteção contra a geada foi registrado na horta do Jardim Brasília, onde a associação de moradores usou esses métodos para garantir que a produtividade não fosse afetada pela geada.
Nesse período de geadas, a orientação também é para que os produtores reguem as hortas nos horários mais quentes do dia, depois das 10 da manhã e antes das 16 horas, porque ainda dá tempo da planta absorver a água, assim não corre risco de queimar.
" Se a rega for feita fora destes horários, isso traria um enorme prejuízo para as culturas, porque a geada congela a água que está na planta e, ao sair o sol, o calor queima as folhas. Então se ela estiver molhada, úmida, o frio vai cristalizar esta água queimando a plantação", explica o técnico agrícola.
O gestor do Território Cidadão, José Carlos da Costa explicou, ainda, que agora o ideal a ser feito é esperar passar este período crítico de geada e frio intenso, preparar os canteiros para receber novas mudas e sementes e reimplantar as hortas, que vêm apresentando uma produção bastante significativa de alimentos e que têm abastecido as famílias, gerado renda para quem aderiu ao programa e para as associações de moradores.
"O Agricultura Urbana tem cumprido seu papel. Tem aproximado as famílias, despertado o sentimento de pertencimento pela comunidade onde cada uma delas vive, produzido alimentos, transformado terrenos baldios cheios de lixo e entulho em uma fonte de alimentos. E, mesmo com esta geada que prejudicou 30% da nossa produção, ainda poderemos aproveitar parte do que foi queimado, porque tem algumas plantas que apenas algumas folhas foram atingidas o restante ainda dá para aproveitar para venda e consumo. Vamos esperar dar uma chuva e novamente fazer o encanteiramento, preparar as mudas e sementes e reiniciar o plantio", concluiu Cocão.
Assessoria