Segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), os preços médios da arroba bovina se elevaram em 13% entre janeiro e junho de 2021. Entretanto, as cotações de categorias de reposição também tiveram altas significativas.
O preço do boi magro para engorda subiu 18% no período analisado, estreitando as margens de lucro dos pecuaristas que não trabalham com o ciclo de completo de produção.
O médico veterinário e técnico no Deral responsável pela pecuária de corte e leite, explica sobre a principal razão para as altas nas cotações da arroba. Segundo ele, é a menor oferta de animais gordos, prontos para abate no mercado, devido principalmente a:
- Ciclo pecuário - o rebanho estadual diminuiu nos últimos anos devido à substituição da bovinocultura por atividades agrícolas, como o plantio de soja e milho, o que ocasionou redução na oferta interna de animais prontos para abate;
- Acréscimos nas exportações brasileiras, especialmente para a China;
- Atraso no plantio das pastagens de inverno devido à estiagem que atingiu o Estado, dificultando, atrasando e encarecendo a engorda da boiada;
- Alta nos custos de produção, especialmente devido ao encarecimento com a alimentação gerada por altas no milho e na soja;
Altas no Varejo e Impacto para os Consumidores Acompanhando as altas da arroba, os cortes também apresentaram altas no mercado. Dos onze cortes bovinos levantados pelo Deral, alguns tiveram acréscimos bastante expressivos, como é o caso do peito que, entre os meses de janeiro a junho, se elevou em 22%, paleta (16%), patinho e mignon (15%), e carne moída de 1ª e 2ª, que tiveram altas de 13%.
Como alternativas de proteínas de origem animal, os consumidores buscam adquirir cortes bovinos de valores mais acessíveis, como, por exemplo, o coxão mole, que se elevou 5% no mesmo período.
Outra opção é a aquisição de carnes de frango e suína, que estão com valores relativamente mais baixos. Ovos também são escolha no consumo da proteína animal por parte dos consumidores.
Colaboração: DERAL.