O acordo entre Mercosul e União Europeia, oficializado nesta sexta-feira, 6, é um marco histórico que promete gerar grandes benefícios para o agronegócio brasileiro. Após 25 anos de negociações, a parceria elimina tarifas para mais de 90% dos produtos comercializados entre os blocos, fortalecendo o Brasil como fornecedor global de alimentos.
Entre os principais setores beneficiados estão as cadeias de carne bovina, suína e aviária, que ganharão acesso ampliado ao mercado europeu, reduzindo barreiras tarifárias e aumentando a competitividade brasileira. De acordo com Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), “a consolidação do acordo abre novas oportunidades de embarques para o mercado europeu, em condições mais vantajosas do que as cotas atualmente existentes para embarques de produtos brasileiros à União Europeia. As cotas atuais serão mantidas, e as novas estabelecidas pelo acordo deverão ser ocupadas, em especial, pelas exportações de produtos brasileiros”.
O setor de grãos, como soja, milho e café, também deve expandir sua presença com a eliminação de custos adicionais que encarecem os produtos para os consumidores europeus.
Além disso, o acordo abre oportunidades para produtos orgânicos e sustentáveis, atendendo à crescente demanda europeia por alimentos produzidos com responsabilidade ambiental. Programas de rastreabilidade e certificação ganharão mais relevância, impulsionando pequenas e médias propriedades brasileiras.
Embora o acordo exija investimentos em tecnologia, logística e capacitação para atender às rigorosas normas europeias, ele coloca o Brasil em posição de destaque como líder no fornecimento de alimentos sustentáveis e de alta qualidade. Esta é uma oportunidade única para ampliar mercados, reforçar a liderança do agronegócio e atender às demandas globais por produtos mais sustentáveis e acessíveis.
Os próximos passos após a oficialização do acordo incluem a ratificação pelos parlamentos dos países membros do Mercosul e da União Europeia. Este processo, que pode levar meses ou até anos, enfrentará desafios, especialmente na Europa, onde preocupações com o impacto ambiental e a concorrência com produtores locais ainda geram resistências. Além disso, será necessário detalhar as regras de implementação do acordo, garantindo que normas sanitárias e fitossanitárias sejam harmonizadas para facilitar o comércio.
Para o Brasil, o foco também estará em acelerar investimentos em infraestrutura, logística e inovação tecnológica, preparando o setor agropecuário para aproveitar ao máximo as oportunidades geradas pelo acordo. Também serão necessárias campanhas de comunicação para reforçar a imagem do agronegócio brasileiro como um parceiro confiável e comprometido com a sustentabilidade.