A Frente Parlamentar do Agronegócio (FPA) da Câmara dos Deputados vai encaminhar ao governo uma proposta de R$ 599 bilhões para o Plano Safra 2025/2026, que deve ser anunciado até o fim de junho. O valor foi divulgado pela FPA nesta segunda-feira (28) na Agrishow 2025, que acontece em Ribeirão Preto (SP). Além dos R$ 599 bilhões, a FPA pedem aumento do Programa de Seguro Rural, para R$ 6 bilhões.
De acordo com o deputado Pedro Lupion (PP/PR), investir na produção agropecuária é crucial para a redução do preço dos alimentos no Brasil. “A inflação de alimentos é uma ameaça real para a estabilidade econômica do Brasil. Medidas como crédito acessível e contínuo, seguro rural robusto e desburocratizado sãochaves para a resolução do problema estrutural”, afirma Lupion. O deputado ainda afirmou que ‘preço de alimentos se faz planejando a safra’ e que o programa de seguro rural deveria ser inserido na lista de obrigações do Governo Federal, já que seria uma ‘política de estado’.
No domingo (27) durante a abertura oficial da Agrishow, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que se empenhará em aprovar um Plano Safra ‘robusto’. Ele não citou valores, mas reforçou que o plano de financiamento da agropecuária nacional está sendo construído de acordo com o tamanho da safra brasileira. Na semana passada, a CNA divulgou a sua proposta para o governo, de R$ 594 bilhões e R$ 4 bilhões para o Programa de Seguro Rural.
A proposta da FPA prevê um volume total de R$ 599 bilhões para o Plano Safra, somando recursos públicos, privados e compulsórios. Além da subvenção aos juros, o grupo sugere um aporte adicional de R$ 5,99 bilhões — equivalente a 1% do total — para subsidiar o Programa de Seguro Rural (PSR). Uma das preocupações da FPA, destacada na proposta, é a taxa de juros. “O crescimento da Selic vai nos impor uma maior necessidade de recursos para equalização”, disse o deputado federal Arnaldo Jardim (Cidadania). O valor proposto pela FPA, segundo o deputado é uma “necessidade de atualização que leva em cota a taxa Selic atual e projeções do mercado com a expectativa de que ela atinja os 15%".
Lupion afirmou que a proposta será levada a Brasília nos próximos dias. “Vamos para a mesa de negociação”, disse, que destacou o papel do vice-presidente Geraldo Alckmin como interlocutor com o Executivo: “está sendo uma boa ponte com o governo”.