Agro

Certificação e manejo integrado fortalecem a produção de banana na Bahia

20 nov 2025 às 17:06

A produção de banana na Bahia, uma das principais cadeias da fruticultura estadual, avança com novas iniciativas de certificação e fortalecimento sanitário. Com estimativa de safra de 905,7 mil toneladas e área superior a 64,5 mil hectares em 2025, segundo a PAM/IBGE, o estado segue como o segundo maior produtor do país, com papel estratégico no abastecimento nacional.


Apesar da relevância econômica e social da atividade, a bananicultura baiana convive com desafios fitossanitários que exigem manejo permanente. Para ampliar a prevenção e o controle de pragas, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) promoveu, ao longo da semana, duas agendas técnicas voltadas à sanidade vegetal e à certificação.


No dia 10, produtores do Baixo Sul participaram, em Presidente Tancredo Neves, do I Seminário para a Cultura da Banana. Com foco na Certificação Fitossanitária do Campo à Mesa, o encontro buscou reforçar a certificação como instrumento de trânsito seguro, comercialização formalizada e abertura de novos mercados.


De 11 a 14 de novembro, fiscais agropecuários, técnicos e gerentes territoriais da Adab se reuniram na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) para alinhar procedimentos de prevenção e controle de doenças como Sigatoka Negra, Moko da Bananeira e FOC R4T. As ações integram o trabalho contínuo de mitigação de riscos e de qualificação do manejo adotado no estado.


A engenheira agrônoma Danúzia Ferreira, coordenadora do Programa Fitossanitário da Banana, destaca que o órgão vem estruturando a implantação do Sistema de Mitigação de Risco (SMR) aplicado à Sigatoka Negra, além de incentivar boas práticas como fator de sustentabilidade e agregação de valor.


Para o diretor de sanidade vegetal da Adab, Vinícios Videira, a articulação entre governo, produtores e municípios é decisiva para ampliar mercados.


“A bananicultura é uma atividade fundamental para a renda agrícola, sobretudo de agricultores familiares. No Baixo Sul, estão alguns dos maiores produtores de banana tipo terra. Daí a importância de fortalecer parcerias para garantir sanidade e ampliar oportunidades comerciais”, afirmou.


Com condições climáticas diversas, expansão da irrigação e adoção de variedades mais resistentes, a Bahia mantém posição consolidada na produção nacional. Dados da Seagri mostram que a atividade está presente em praticamente todas as regiões do estado. A mesorregião Sul concentra 38% da produção, seguida pelo Vale do São Francisco (29%), Centro Sul (17%), Extremo Oeste (6%), Nordeste (3%) e Região Metropolitana de Salvador (1%).


Entre as variedades mais cultivadas estão Prata, Pacovan, Maçã, Terra e Nanica. A BRS Platina, desenvolvida para maior resistência à Sigatoka Negra e adaptada ao semiárido, vem ganhando espaço nos últimos anos.