A Secretaria de Agricultura e do Abastecimento (Seab), o IDR-Paraná (Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná - Iapar-Emater) e a Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná) emitiram uma nota técnica com orientações para prevenção e controle do HLB, também chamado de greening, no Estado.
“É a principal doença que afeta plantios de cítricos em todo o mundo, e pode causar forte impacto na economia das regiões produtoras. Sem exagero, o HLB tem potencial para inviabilizar a citricultura”, alerta o gerente de Pesquisa do IDR-Paraná, Pedro Martins Auler.
A doença é causada pela bactéria Candidatus Liberibacter asiaticus e seu ciclo envolve ainda um pequeno inseto, o psilídeo asiático dos citros (Diaphorina citri), que adquire o microganismo ao sugar a seiva de plantas doentes e o dissemina nos pomares quando se alimenta em árvores sadias.
A identificação da doença pode ser feita por simples observação dos sintomas, mas sua confirmação exige um teste de laboratório, chamado reação em cadeia da polimerase, ou PCR.
Plantas infectadas apresentam inicialmente folhas com manchas amarelas (ou amareladas inteiramente, se forem novas) em apenas um ou poucos ramos, quadro que pode evoluir para toda a copa da planta. Se houver produção, ocorrerá queda prematura de frutos, que serão pequenos, assimétricos e mais verdes, com sementes abortadas, teor reduzido de açúcares e acidez elevada.
Não há tratamento para o HLB e seu controle deve ser preventivo. A recomendação é a aplicação de inseticidas para controle da população de psilídeos, o inseto vetor da bactéria, e eliminação sistemática de plantas doentes, inclusive nos plantios caseiros em quintais e chácaras de lazer.
“O manejo preventivo também inclui a implantação de quebra-ventos, sempre usar mudas sadias e de boa procedência para a instalação de novos pomares e o adensamento de plantio”, acrescenta Auler.
PARANÁ – São cultivados no Paraná cerca de 29 mil hectares de cítricos que, de acordo com dados preliminares do Deral (Departamento de Economia Rural), renderam 842,4 mil toneladas de frutos na safra 2022.
O segmento envolve mais de 600 citricultores, com área média de 30 hectares, e está presente em cerca de 100 municípios do Paraná. O Estado é o terceiro maior produtor nacional, atrás de São Paulo e Minas Gerais.
Dois polos se destacam na produção de frutas cítricas no Paraná — laranjas no Norte e Noroeste, e tangerinas no Vale do Ribeira e Região Metropolitana de Curitiba.
A produção de laranjas das regiões Norte e Noroeste destina-se principalmente à obtenção de suco concentrado congelado (FCOJ, na sigla em inglês) e pronto para beber, processados em quatro unidades industriais de maior porte. Abastece, ainda, mais de uma dezena de empresas classificadoras com foco em frutas para o mercado in natura.
“Há uma cadeia de produção estabelecida nessas regiões, com geração de empregos, renda e grande impacto econômico em Paranavaí, Alto Paraná, Guairaçá, Terra Rica, Atalaia, São João do Caiuá, Nova Esperança, Cruzeiro do Oeste, Altônia, Uraí, Nova América da Colina e outros municípios desse cinturão”, afirma Auler.