A Cooperativa da Agricultura Familiar da Região Noroeste do Paraná (Coopersul) inaugurou em Cruzeiro do Sul, no último, a Unidade de Beneficiamento do Pescado, com capacidade de abate de 15 mil quilos ao dia. O empreendimento contou com R$ 600 mil do governo do Estado, via Programa Coopera Paraná.
Além dos recursos do Estado, a cooperativa conseguiu empréstimo via Pronaf do Banco do Brasil, no valor de R$ 7,5 milhões, possibilitando colocar os pescados no mercado nacional. “O ponto chave é que no final da obra recebemos o Serviço de Inspeção Federal (SIF), já estamos aptos a comercializar em todo território nacional”, afirmou o presidente da cooperativa, Leandro Aparecido Espiniano.
A criação de peixes, da espécie tilápia, é realizada em tanques-rede no Rio Paranapanema, beneficiando cerca de 123 cooperados. A cooperativa mantém parceria com a prefeitura de Santa Inês, que fomenta a atividade pesqueira na Usina Hidrelétrica de Taquaruçu, oferecendo assistência técnica aos produtores.
A produção será focada principalmente em filés de tilápia, com postas em menor quantidade, atendendo principalmente o mercado institucional. A Coopersul busca ampliar a distribuição para pequenos e médios supermercados das regiões norte e noroeste do Paraná e oeste de São Paulo, com produtos selo Agricultura Familiar.
“O investimento da Coopersul em piscicultura é importante para a região, garantindo mais renda às famílias e perspectiva de gerar empregos no setor”, afirmou José Jorge Oliveira Neto, chefe do Núcleo Regional de Paranavaí.
COOPERSUL
O padre Roberto Kuriyama incentivou a criação da Associação dos Produtores Rurais de Cruzeiro do Sul, na década de 1990, com apoio do Japão, que permitiu comprar uma área de 2,42 hectares para sede, barracão e centro de treinamento.
Após baixa operação, as atividades foram retomadas em 2015, com a transformação da associação na Coopersul, que hoje possui 150 cooperados atuando na produção de ovos e hortifrúti. Em 2017, iniciaram as vendas de tilápia no Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Antes da planta própria, o processamento era terceirizado, elevando os custos. A nova planta frigorífica, próxima à zona urbana de Cruzeiro do Sul, permite processar matéria-prima dentro de um raio de 100 km.