Agro

Custo de produção de leite tem expressiva queda em novembro

12 dez 2022 às 11:27

Confirmando a tendência formada nos últimos seis meses, novembro registrou uma nova e 

expressiva queda no custo de produção de leite. O ICPLeite/Embrapa teve uma variação 

negativa de 1,7%. O principal item responsável por esta queda foi a ração concentrada.


Os preços dos insumos cresceram até abril deste ano, em parte pela incerteza da guerra entre 

Rússia e Ucrânia. Mas, a partir de maio fizeram trajetória de queda e, de maio a novembro, o 

ICPLeite/Embrapa acumulou variação de -5,02%. Contudo, como nos primeiros meses do ano 

ocorreu inflação de custos, de janeiro a novembro o ICPLeite/Embrapa acumulado foi positivo

(1,3%). Numa comparação de doze meses, ou seja, entre novembro/2021 e novembro/2022, o 

acumulado foi de 1,7%. 


Neste momento em que os preços recebidos pelos produtores estão sinalizando queda 

contínua, a deflação nos custos ameniza o quadro de pressão sobre as margens financeiras 

aferidas pelos produtores. 


O custo de produção no mês de dezembro poderá ser próximo aos praticados em janeiro de 

2022, acumulando uma restrita inflação. Se confirmado, será um cenário não usual para o 

comportamento dos custos de produção de leite.


Preço da ração fez a diferença 

No mês de novembro o grupo Concentrado apresentou variação de -4,5%, em função da queda 

do preço de ração no mercado, num momento em que as chuvas começam a ser abundantes na 

maior parte do Brasil, reduzindo a demanda por este insumo. O grupo Volumosos teve variação 

de -0,1%, resultante da retração dos preços de adubos e defensivos no mês analisado.


Dois grupos apresentaram preços em elevação. Os preços do grupo Qualidade do Leite 

cresceram 1,2 e Energia e combustíveis 0,7%. Três outros grupos de custos de produção que 

compõem o ICPLeite/Embrapa não registraram variação de preços. São eles: Mão de obra, 

Minerais, Sanidade e reprodução. (VER GRÁFICO 1)


Nos onze meses deste ano, o ICPLeite/Embrapa acumulou uma inflação de custos de 1,3%, com 

um comportamento da trajetória de custos ascendente até abril e descendente nos meses 

subsequentes. O grupo Mão de obra atingiu variação de 17,6%, seguido pelos grupos Minerais,

que apresentou uma inflação acumulada de 13,2% no período. O grupo Sanidade e reprodução

registrou o acumulado de 8,6%, seguido do grupo Qualidade do leite, que foi de 7,7%. 


Os grupos que representam alimentação apresentaram queda no acumulado de onze meses. 

Para o grupo Volumosos a variação foi de -8,8% e para Concentrado -1,7%. Também o grupo 

Energia e combustível teve queda de -14,0%, o maior percentual negativo entre os grupos que 

compõem o ICPLeite/Embrapa. (VER GRÁFICO 2)


O custo de produção acumulado em 12 meses vem caindo a cada mês ao longo de 2022 e atingiu

1,7% em novembro.


Em doze meses, o grupo Mão de obra apresentou 17,6% de acréscimo de preços, a maior 

inflação dentre todos os grupos. Os custos representados pelo grupo Minerais cresceram 13,2%, 

seguido do grupo Sanidade e reprodução, com inflação anual de 9,1%. 


Dos sete grupos considerados no cálculo do ICPLeite/Embrapa, quatro registraram deflação 

anual. Energia e combustível teve variação de -14,3%, Volumosos -6,8%, Concentrado -1,3% e 

Qualidade do leite acumulou -0,8%.


Os principais motivos para esta deflação foram a retração de preços de insumos (petróleo e 

fertilizantes), que iniciaram o ano com preços inflados pelas especulações originadas quanto às 

incertezas até então reinantes quanto aos impactos da Guerra entre Rússia e Ucrânia.


desorganização das cadeias de fornecimento mundiais também contribuiu. Ao longo do ano 

estes percalços se reduziram e o cenário ficou mais claro. Por outro lado, internamente houve 

expressiva desoneração fiscal nos preços dos combustíveis e energia e os reservatórios usados 

pelas hidroelétricas atingiram patamares de segurança, com o retorno da tarifa referente à 

bandeira verde. (VER GRÁFICO 3)