No arroz com feijão, no pãozinho do café da manhã e até no churrasco do fim de semana, a Empresa Brasileira de Agropecuária, ou Embrapa, está persente. A companhia vinculada ao Ministério da Agricultura completa 50 anos em 2023 com uma história de sucesso e investimento em ciência e tecnologia, que transformou o Brasil em uma potência mundial na produção de alimentos.
Nascida em 1973 pelos ministros da Agricultura Luiz Fernando Cirne Lima e da Economia, Delfim Neto, o grupo definiu as bases para fortalecer a produção de alimentos no Brasil.
O relatório, feito também por Eliseu Alves, Aloísio Campello, Affonso Pastore, Carlos Langoni e Guilherme Silva Dias deixou clara a necessidade de contratar pesquisadores e técnicos para a capacitação do Brasil como produtor. Atualmente, o país exporta para mais de 200 países.
Em Santo Antônio de Goiás, há um dos centros de pesquisas da Embrapa. É nele que há a pesquisa de arroz e feijão. E é no local que mais de 27 mil amostras de arroz e 17 mil de feijão estão preservadas. As pesquisas feitas nas duas fazendas experimentais no Cerrado brasileiro obtém resultados que beneficiam toda a sociedade.
“Hoje temos condições de proporcionar uma série de tecnologias no setor, para ter alta produtividade e reduzir os custos de produção e, com isso, o consumidor vai ter um produto com um preço mais baixo na sua mesa”, explica Adriano Nascente, pesquisador da Embrapa.
Brasil evoluiu após a Embrapa
O país até produzia alimentos antes da empresa, pouco, mas produzia. E até existia pesquisa, mas de baixa produtividade, o que demonstrava um cenário perigoso para a segurança alimentar. Com a Embrapa, o Brasil avançou em pontos essenciais, como adubação, cultivo, pecuária, além de biogenética e agricultura de precisão. Assim, o país deixou de importar alimentos.
Com as tecnologias da Embrapa, foi viabilizado o cultivo no Cerrado, por exemplo. O trigo, que era só plantado no Sul do Brasil, agora bate recordes de produtividade na região. Com 17 anos de pesquisa, o país foi pioneiro ao 'tropicalizar' o trigo e, em meio ao aumento de eficiência, está a busca por uma agricultura mais sustentável.
De importador de animais, o Brasil passou a fornecer genética avançada e ser o maior exportador de carne bovina. “Nós somos pioneiros junto com a Associação Brasileira de Criadores de Zebu em avaliação genética de touros", relembra Antônio Rosa, chefe-geral da Embrapa Gado de Corte.
Segundo Antônio, a Embrapa contribuiu para a avaliação genética. “Essa parceria rendeu não só avaliação em touros, mas em matrizes e produtos. Além do programa de avaliação de touros jovens e finalmente o programa Embrapa Geneplus”, explica.
“Claro que essa mudança no setor produtivo de sair da condição de insegurança alimentar pra maior exportador mundial não foi a EMBRAPA que fez, foi o produtor rural, a cadeia produtiva, mas com o insumo muito importante, ciência e tecnologia que coube a nós e aos nossos parceiros públicos e privados", celebra Antônio.