Agro

Exportadores brasileiros tentarão incluir café na lista de exceções de Trump

30 jul 2025 às 18:36

Os exportadores de café do Brasil afirmaram, em nota, que continuarão as negociações sobre as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Nesta quarta-feira (30), Trump assinou o decreto que mantém a taxação para alguns produtos - entre eles o café, pescados, etanol e a carne bovina, entre outros - e isentou alguns itens como o suco de laranja, fertilizantes, produtos florestais e castanhas. 


“Os cafés brasileiros representam uma fatia superior a 30% do mercado cafeeiro norte-americano, sendo o principal fornecedor ao país”, diz a nota, que ainda ressalta que 76% dos americanos consomem café.


Em nota, o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) informaram que as negociações estão sendo feitas com a National Coffee Association (NCA) e os dois países precisam um do outro para manter o equilíbrio no mercado global de café. Os exportadores também ressaltaram que os consumidores norte-americanos são ávidos consumiores de café. 


Leia a nota na íntegra:

"Dada a assinatura da ordem executiva pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, hoje, 30 de julho, confirmando a taxação de 50% para produtos do Brasil a serem importados pelos norte-americanos, incluindo o café, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) manifesta que seguirá em tratativas com seus pares dos EUA, como a National Coffee Association (NCA), com o intuito de que o produto passe a integrar a lista de exceções elaborada pelo governo americano.


Na relação comercial cafeeira entre EUA e Brasil, as nações são imprescindíveis uma à outra, uma vez que os cafés brasileiros representam uma fatia superior a 30% do mercado cafeeiro norte-americano, sendo o principal fornecedor ao país, ao passo que os EUA respondem por 16% das exportações do produto nacional, sendo o principal destino de nossas exportações.


Não obstante a sua conhecida importância para o Brasil, o café também é de suma relevância aos Estados Unidos, haja vista que 76% do povo norte-americano consome a bebida; a população gasta cerca de US$ 110 bilhões em café e itens relacionados (US$ 301 milhões por dia) ao ano; e o fato de o produto ser responsável por mais de 8% do valor de toda a indústria de serviços alimentícios, conforme estudo sobre o impacto econômico do café nos EUA, conduzido pela Technomic, em 2022, a pedido da NCA.


Ainda, a indústria cafeeira norte-americana sustenta mais de 2,2 milhões de empregos no país, gerando mais de US$ 101 bilhões em salários, o que beneficia todos os Estados e comunidades locais. Além disso, a cada US$ 1 que os EUA importam de café, são injetados outros US$ 43 na economia americana, fazendo com que o setor movimente US$ 343 bilhões ao ano, montante que representa 1,2% do PIB dos Estados Unidos.


Diante da relevância do café aos consumidores e à economia norte-americana, entendemos que se faz necessária a revisão da decisão de taxar os cafés do Brasil – ato que implicará elevação desmedida de preços e inflação, uma vez que esses tributos serão repassados à população americana no ato da compra –, medida pela qual seguiremos trabalhando junto a nossos parceiros nos Estados Unidos, de maneira que consigamos lograr êxito no sentido de, ao menos,  o café ser incluído entre os produtos que fiquem isentos da tributação de 50%".