As temperaturas mais altas registradas no inverno catarinense neste ano devem provocar uma quebra na safra de maçãs 2024/2025 entre 20 e 30%, aponta um relatório do Centro de Socioeconomia e Planejamento Agrícola (Epagri/Cepa) ivulgado nesta quarta-feira (6). Na última safra, a produção caiu 24% pelo mesmo motivo, totalizando 423 mil toneladas. Segundo o Epagri, essa foi a menor safra registrada no estado.
As macieiras entram em estado de dormência entre os meses de abril e setembro, e as árvores precisam de uma quantidade mínima de horas de frio para sair da condição. Mas, em Santa Catarina, que é o maior produtor de maçãs do Brasil, as horas de frio necessárias ficaram abaixo da média, com exceção de São Joaquim, na serra. A falta das horas de frio provocou desuniformidade na florada 2024/2025, que será colhida a partir de fevereiro do ano que vem.
O presidente da Associação dos Produtores de Maça e Pera de Santa Catarina (Amap), Rafael Grillo, acredita que a safra atual seja ‘muito parecida’ com a safra anterior. Ele diz que a maçã é uma cultura perene e um ano influência outro. A falta de frio, queda prematura das folhas, baixa incidência solar no período da diferenciação das gemas produtivas e vegetativas ocasionou esse impacto no desenvolvimento da fruta.
“Nós estamos orientando os produtores para conferir seus pomares e realizar a contagem. Com os números em mãos iremos acionar os órgãos responsáveis afim de que haja um pacote de ajuda emergencial ao produtor que por ventura possa ter sofrido perdas irreversíveis na safra 2024/2025”, diz Grillo.