Combinadas aos porta-enxertos de citrumelo Swingle e de citrange C-13, plantas da cultivar Shamouti ganham em produtividade e adquirem tamanho de copa que facilita o adensamento de plantio nos pomares. O resultado desse estudo foi publicado na revista científica Agriculture, editada em Basel, na Suíça.
“Não observamos declínio das árvores mesmo depois de 12 anos após o plantio”, aponta ainda Rui Pereira Leite, pesquisador do IDR-Paraná que coordenou o projeto.
O pomar experimental foi implantado em 2005 na sede de pesquisas da instituição, em Londrina, e também são analisados os porta-enxertos Limão-cravo e as tangerinas Cleópatra e Sunki. Tamanho da copa, produtividade, qualidade do fruto e do suco, densidade de plantas e estimativa de rendimento em plantios novos são os parâmetros avaliados.
Rui Leite explica que esses estudos de longo prazo são necessários para oferecer bases sólidas de decisão para quem pretende implantar pomares comerciais de citros. “Os produtores devem estar cientes das características de copa e de porta-enxerto em sua região”, afirma.
BAIXA DIVERSIDADE — O pesquisador destaca ainda que a baixa diversidade genética de copas e porta-enxertos deixa os pomares brasileiros mais vulneráveis tanto a condições climáticas quanto a pragas e doenças. “Uma medida eficiente de proteção é o uso de diferentes combinações”, aponta Leite.
De acordo com o pesquisador, são predominantemente adotadas no Brasil copas das cultivares precoces Hamlin, Valência Americana; Pera Rio, de meia-estação; e, ainda, Valência e Natal, de ciclo longo. “Limão-cravo é o porta-enxerto preferido há várias décadas, mas o uso do citrumelo Swingle vem aumentando gradativamente”, relata.
Ele explica que, em geral, plantas que têm Limão-cravo como porta-enxerto são precoces, produtivas e tolerantes ao vírus da tristeza dos citros e à seca, mas suscetíveis à morte súbita, declínio, exocorte, nematoides e gomose.
“Swingle, por sua vez, oferece boa tolerância ao frio, tristeza dos citros, declínio, gomose e bom crescimento na maioria dos solos, com exceção de áreas mal drenadas”, avalia.
Leite destaca ainda que os outros porta-enxertos avaliados têm boas características, mas são pouco utilizados “devido à preferência dos citricultores por variedades tradicionais”.
Juntamente com Leite, assinam o artigo Inês Fumiko Ubukata Yada e Zuleide Hissano Tazima, ambas pesquisadoras do IDR-Paraná, e, ainda, Deived Uilian de Carvalho, ligado à Universidade Estadual de Londrina (UEL) e ao Fundecitrus (Fundo de Desenvolvimento da Citricultura), de São Paulo.
O artigo Trifoliate orange-related rootstocks enhance the horticultural performance of ‘Shamouti’ sweet orange under Humid Subtropical condition pode ser acessado AQUI (texto em inglês).