A ferrugem asiática, considerada a principal ameaça à produção de soja no Brasil, gera impactos econômicos expressivos no setor. Apenas em 2023, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), os custos associados ao controle da doença somaram bilhões de reais, incluindo a aplicação de Fungicidas e perdas de produtividade.
Perdas de produtividade e custo de controle
A doença pode reduzir a produtividade em até 90% quando não controlada adequadamente. Em média, os produtores brasileiros gastam entre 15% e 20% de seus custos totais de produção apenas em fungicidas para o controle da ferrugem. Um hectare de soja pode exigir até cinco aplicações de defensivos durante o ciclo, dependendo das condições climáticas.
“A ferrugem asiática não é apenas uma questão agronômica, mas também econômica. A pressão da doença força os produtores a investir mais em defensivos e tecnologias, o que reduz sua margem de lucro”, explica Fábio Kagi, do Sindiveg.
Efeitos no mercado Internacional
O impacto financeiro da ferrugem vai além das lavouras. Como o Brasil é o maior exportador mundial de soja, com 70% da produção destinada ao mercado externo, as perdas de produtividade podem refletir diretamente na oferta global do grão e na competitividade do país. Em 2024, as exportações brasileiras de soja somaram US$ 42,08 bilhões, mas poderiam ser ainda maiores caso a ferrugem estivesse sob controle efetivo.
O desenvolvimento de cultivares resistentes, embora desafiador, é visto como uma solução de longo prazo para reduzir os custos de controle e as perdas causadas pela ferrugem. Enquanto isso, práticas como o vazio sanitário, a rotação de culturas e o uso eficiente de defensivos continuam sendo essenciais.