De acordo com a TF Agroeconômica, o preço do trigo ainda não apresentou alta devido a fatores distintos no mercado internacional e nacional. No cenário externo, a principal barreira é o dólar elevado, que tem dificultado as exportações americanas, aumentando a oferta interna e pressionando as cotações em Chicago. Além disso, os problemas climáticos atuais afetam o trigo de inverno, cuja colheita só ocorrerá entre abril e maio de 2025. Até lá, o mercado está relativamente abastecido, com impactos futuros dependendo das safras nos EUA, União Europeia e Rússia.
No Brasil, os desafios são outros. A safra nacional, embora menor e com quebras de qualidade, foi recentemente colhida e está disponível, mas o dólar valorizado encarece as importações de países vizinhos, como Argentina, Paraguai e Uruguai. Outro problema é a falta de demanda por farinhas e margens reduzidas para os moinhos, agravada por uma competição intensa por mercado, que levou algumas empresas a reduzir preços de forma insustentável. “A maior parte dos moinhos se queixa da falta de demanda para as farinhas e todos, indistintamente, se queixam das margens demasiadamente estreitas ou até inexistentes, nos últimos meses”, comenta.
“Tudo isto está apenas retardando a alta do trigo, que deverá vir pela frente, como bem mostram as cotações da Bolsa de Chicago, onde a cotação de maio é 1,93% maior que a de março, a de julho é 3,22% maior, também, que a de março, a de setembro é 5,47% maior, a de dezembro é 8,51% maior, a de março/26 é 11,18% maior e a de maio/26 é 12,56% e, a partir deste mês, as cotações voltam a decrescer novamente. Parece pouco para nós, brasileiros, mas, nos mercados do Hemisfério Norte, é mais que o dobro ou o triplo dos ganhos anuais. No Brasil também deverão decrescer a partir de julho de 2026, porque, com a alta dos preços em 2025, é razoável pensar que haverá aumento de área e produção da safra 25/26”, conclui.