Os preços do trigo no Brasil registraram quedas acentuadas em novembro, pressionados pela expectativa de uma safra recorde na Argentina, o maior fornecedor do cereal ao mercado brasileiro, e pela desvalorização do dólar frente ao Real.
Safra Recorde na Argentina
Agentes do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) monitoram a colheita no país vizinho, cujos dados são animadores:
Produção Revisada: Em 27 de novembro, a Bolsa de Cereales revisou a estimativa de produção de trigo para 25,5 milhões de toneladas, com 33,9% da área colhida.
Novo Recorde: Este volume supera em 1,5 milhão de toneladas a estimativa anterior e estabelece um novo recorde, ultrapassando a marca anterior de 22,4 milhões de toneladas, registrada na safra 2021/22.
Queda Acentuada no Mercado Nacional
A pressão da safra argentina volumosa e do câmbio levou os preços do trigo a patamares historicamente baixos no Brasil (valores deflacionados pelo IGP-DI):
| Estado | Média Mensal (Novembro) | Variação Mensal (Outubro) | Variação Anual (Novembro/24) | Destaque |
| Rio Grande do Sul | R$ 1.044,82/t | $-8,2\%$ | $-17,1\%$ | Menor preço desde fevereiro/2018 |
| Paraná | R$ 1.196,69/t | $-1,6\%$ | $-15,9\%$ | Menor preço desde outubro/2023 |
A queda mais expressiva foi no Rio Grande do Sul, onde a média mensal foi a menor registrada em mais de sete anos.