A chegada da Primavera de 2025, marcada para começar na próxima segunda-feira, 22 de setembro às 15h19 (horário de Brasília), trará mudanças significativas nas condições climáticas em grande parte do Brasil. De acordo com o Inmet, órgão do Ministério da Agricultura, entre os dias 20 e 24, uma intensa frente fria avançará sobre as regiões Sul, Sudeste e partes do Centro-Oeste e Norte, provocando temporais. Em seguida, uma massa de ar frio e seco causará acentuado declínio das temperaturas, com previsão até de geada no Sul e friagem na região Norte.
No Rio Grande do Sul, o Inmet alerta até para a ocorrência de temporais no sábado (20). No domingo (21), com o avanço da frente fria, as áreas de instabilidade se espalharão por toda a Região Sul e também chegarão a áreas do Mato Grosso do Sul, podendo atingir o extremo sul e sudoeste de São Paulo no final do dia. Na segunda-feira (22), a frente fria deverá chegar ao Sudeste, avançando também pelos estados do Centro-Oeste, onde provocará temporais e poderá chegar ao sudoeste da Amazônia.
Na Região Sul, os temporais de sábado e domingo poderão ser fortes, com descargas elétricas e rajadas de vento. Não se descarta a possibilidade de queda de granizo e acumulados significativos de chuva, especialmente no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Já a partir de segunda-feira (22), o frio ganhará destaque no Rio Grande do Sul, com declínios de temperatura expressivos. Com o deslocamento da massa de ar frio ao longo da semana, a queda da temperatura ocorrerá também nas demais áreas do Centro-Sul e até do Norte, onde o fenômeno é conhecido como friagem.
La Niña em 2025
O último relatório da Administração Atmosférica e Oceânica dos Estados Unidos (NOAA) revelou que a chance de formação do La Niña aumentou para 56% durante a primavera no Hemisfério Sul, estação que tem início em 22 de setembro. A informação foi compartilhada nos últimos dias pela Climatempo. Desta forma, o nível de incidência para o fenômeno climático subiu para o estágio conhecido como Watch (Alerta). "Segundo o documento, as temperaturas abaixo da média na superfície do mar no Oceano Pacífico Equatorial já apresentam características típicas do fenômeno climático", acrescenta a empresa de meteorologia.
O La Niña consiste no resfriamento em grande escala das temperaturas da superfície do Pacífico equatorial, especialmente na sua região central e oriental. O fenômeno climático provoca mudanças na circulação atmosférica tropical, incluindo os ventos, a pressão e os padrões de chuva.
Geralmente, anos sob influência do La Niña são mais frios, enquanto os de El Niño são mais quentes. No entanto, as mudanças climáticas têm bagunçado a influência dos fenômenos.
Como pode impactar no Brasil?
Conforme a Climatempo, no Brasil, os reflexos são sentidos especialmente no inverno e na primavera, com mudanças na distribuição de chuvas e nas ondas de frio. "Neste inverno, as baixas temperaturas registradas já indicavam sinais de influência de uma 'quase' La Niña, que favorece a entrada de massas de ar polar, principais responsáveis por episódios de frio intenso no sul do País", acrescenta a empresa de meteorologia.
Veja a seguir os impactos em determinadas regiões do País, caso se confirme o La Niña na primavera deste ano:
- Região Sudeste: Temperaturas abaixo da média e possibilidade de novas ondas de frio.
- Região Norte: Chuvas acima da média, com risco de elevação do nível de rios.
- Região Sul: Chuvas irregulares, prejudicando a agricultura e o abastecimento hídrico.
Caso persista, até quando deve durar?
Caso se estabeleça, o fenômeno climático pode persistir até o início do verão, voltando gradualmente à neutralidade climática. Segundo a Climatempo, essa foi a previsão feita pelo Instituto Internacional de Pesquisa para o Clima e Sociedade (IRI), da Universidade de Columbia.
Tanto o La Niña quanto o El Niño se formam no Oceano Pacífico Equatorial, o que reforça a tese de que os oceanos exercem grande influência sobre o clima em diversas partes do planeta.
Danielle explica a diferença entre esses dois fenômenos climáticos: o El Niño é o aquecimento anômalo das águas do Pacífico Equatorial, enquanto o La Niña, caracteriza-se pelo resfriamento anômalo dessas águas. “Por isso, a importância do monitoramento de suas condições”, avaliou.
Estação das Flores
A primavera é chamada de estação das flores porque o aumento da temperatura e da umidade do ar após o inverno favorece o desabrochar de inúmeras espécies de plantas, que voltam a brotar, crescer e encher as paisagens de cor e vida com suas flores. O fenômeno torna a estação visualmente mais vibrante e colorida, tanto em jardins e parques quanto em campos.