A produção brasileira de peixes de cultivou alcançou 968.745 toneladas em 2024. O resultado representa um aumento de 9,21% em relação ao ano anterior, quando foram cultivadas 887 mil toneladas de peixes. Os números foram divulgados nesta quarta-feira (26), pela PeixeBR, instituição que reúne as indústrias da piscicultura no país. A tilápia é o peixe mais cultivado no país.
“Em um ano marcado pela oscilação de preços da tilápia ao produtor, nossa espécie mais relevante, a atividade superou adversidades e não apenas manteve o ritmo de crescimento como acelerou o avanço, aproximando-se de 1 milhão de toneladas”, afirma Francisco Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura (Peixe BR), entidade que realiza anualmente o levantamento da produção de peixes de cultivo no país.
Mesmo com cotação instável na maior parte do ano – especialmente no segundo semestre –, a tilápia puxou o salto da piscicultura, com 662.230 toneladas, o que representa aumento de expressivos 14,36% em comparação com 2023 (579.029 t).
Os Peixes Nativos tiveram mais um ano difícil, com oferta reduzida – apesar de preços satisfatórios na maior parte do ano. Por conta da menor produção na região amazônica, essas espécies vitais para a piscicultura brasileira fecharam 2024 com 258.705 t: queda de 1,81% em relação a 2023 (263.705 t).
As outras espécies mostraram evolução em 2024, com 47.810 toneladas, o que representa 7,5% a mais do que no ano anterior (44.470 t).
Considerando a oscilação dos preços da tilápia e a redução da produção de nativos, 2024 fechou com saldo positivo. Diversos estados intensificaram o cultivo e/ou criaram condições para aumentar a oferta local.
O resultado do ano foi suportado, também, pelo aumento do consumo de peixes de cultivo. “Definitivamente, o brasileiro aprendeu a apreciar nossos peixes. Assim como na parte norte do país os nativos já fazem parte da alimentação das pessoas, a tilápia assumiu relevância indiscutível no centro-sul, tornando-se presença semanal no prato. Essa consistência da demanda é um ingrediente essencial para o contínuo aumento da produção desta que é a proteína animal que mais cresceu na última década”, ressalta Francisco Medeiros.
O crescimento da produção de peixes de cultivo em 2024 foi o maior nos 10 anos de levantamento da Associação Brasileira da Piscicultura. A PeixeBR iniciou a pesquisa em 2015, quando o país produzia 638 mil toneladas. No período, o avanço foi de 51,8%.