No sul do Brasil, a temporada do pinhão, semente da araucária, já começou. Comer pinhão é uma tradição que vai além da culinária, servindo como um elo de união entre as famílias, especialmente durante o frio do inverno.
Na casa da agricultora Janete Ferreira, por exemplo, o pinhão assado no fogão a lenha é uma das maneiras preferidas de preparo, mas há variações, como o cozido e na chapa. Essa semente, que é um símbolo do sul do país, leva entre 12 e 15 anos para dar os primeiros frutos, embora técnicas como enxertos possam reduzir esse tempo pela metade.
A venda do pinhão no Paraná foi liberada em abril. O município de Pinhão, com quase 30.000 habitantes, é reconhecido como um dos maiores produtores do Brasil. No entanto, a safra deste ano foi consideravelmente baixa, como destacou o diretor do Deral, órgão da Secretaria de Agricultura do Paraná, Dirlei Manfio. "Neste ano, a safra de pinhão foi muito pequena". Isso se deve, em parte, às temperaturas elevadas do ano passado e à extração precoce do pinhão, que afetaram a disponibilidade da semente na região.
No estado do Paraná, é proibido extrair ou vender pinhão ainda verde ou amarelo. A infração a essa regra pode resultar em multa de até 300 BRL por cada 50 kg apreendidos, além de possíveis acusações por crime ambiental. A fiscalização é rigorosa para garantir que as normas sejam cumpridas, protegendo assim a biodiversidade e a tradição cultural que o pinhão representa.