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Agentes são afastados suspeitos de agredir preso que deu 60 socos em mulher

19 nov 2025 às 17:28

Dez policiais penais foram afastados do presídio onde trabalhavam, no Rio Grande do Norte, suspeitos de agredir o ex-atleta Igor Eduardo Cabral, réu por dar 60 socos na namorada.


Os agentes devem ficar afastados temporariamente da unidade penitenciária. Eles estavam lotados na Cadeia Pública Dinorá Simas, em Ceará-Mirim, onde Cabral está preso sob acusação de tentativa de feminicídio de Juliana Soares.


Os policiais penais foram realocados. Segundo a SEAP (Secretaria de Administração Penitenciária), eles passarão a atuar no Complexo Penal Agrícola Dr. Mário Negócio, "diante da incontestável necessidade do serviço público".


Mudança ocorreu após decisão judicial. Os dez homens são investigados pela agressão em um processo que corre sob sigilo, informou o órgão.


A SEAP reafirma que colabora integralmente para a elucidação dos fatos e que todas as providências necessárias e determinadas pelos órgãos e autoridades estão sendo cumpridas.  - SEAP, em nota.


Supostas agressões por parte dos funcionários foram denunciadas em agosto. Cabral relatou que foi colocado sozinho em uma cela, algemado e nu, e agredido por policiais penais. Ele disse ainda que autoridades deram murros, chutes e cotoveladas, além de terem usado spray de pimenta contra ele.


Cabral ainda narrou que policiais teriam dito que ele "chegou no inferno" e ameaçado envenenar sua refeição. Ainda na versão do preso, ele teria recebido um lençol e orientação para "se matar".


Na ocasião, ele foi levado à delegacia de plantão para registrar um boletim de ocorrência. Na sequência, a secretaria confirmou ter recebido a denúncia e declarou que estava averiguando os fatos.

Homem agrediu a namorada em elevador

Imagens de câmera de segurança mostram o homem agredindo a namorada com 61 socos seguidos no fim de julho. Caso aconteceu no elevador, e a vítima ficou no chão, sem reação. O porteiro do prédio viu a cena e chamou a polícia, que prendeu o ex-atleta em flagrante por tentativa de feminicídio. À polícia, ele alegou claustrofobia.


A vítima teve fraturas em vários ossos do rosto e passou por cirurgia de reconstrução. A mulher falou à TV Record que a agressão foi uma tentativa de acabar com sua vida. "Ele disse 'então você vai morrer' e começou a me bater", relatou. "Eu resisti, ele falhou no plano dele", declarou a mulher.


O UOL entrou em contato com a defesa dele e aguarda retorno. Anteriormente, o advogado de Cabral recusou dar um posicionamento sobre o caso.

Em caso de violência, denuncie

Ao presenciar um episódio de agressão contra mulheres, ligue para 190 e denuncie. Casos de violência doméstica são, na maior parte das vezes, cometidos por parceiros ou ex-companheiros das mulheres, mas a Lei Maria da Penha também pode ser aplicada em agressões cometidas por familiares.


Também é possível realizar denúncias pelo número 180 — Central de Atendimento à Mulher — e do Disque 100, que apura violações aos direitos humanos.