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Extrema-direita deve vencer eleições na França, mas sem maioria para governar

06 jul 2024 às 09:45

Após vitória do Reunião Nacional, partido de Marine Le Pen no primeiro turno, partidos de centro e esquerda buscam unir forças para evitar que a extrema-direita conquiste a maioria dos assentos no parlamento francês. E a estratégia parece surtir efeito.


Quase 230 candidatos que haviam passado para o segundo turno desistiram de suas candidaturas para apoiar aqueles que aparecem com mais chances de vitória contra o Reunião Nacional. Ao todo, 577 assentos estarão em jogo, nas eleições de domingo (7). 


A última pesquisa divulgada nesta sexta-feira (5) aponta que o partido de Marine Le Pen deve vencer novamente, mas sem obter maioria do plenário. Se a previsão for confirmada nas urnas, uma coalizão com outras legendas será necessária para a indicação do primeiro-ministro. 


A previsão é de que o Reunião Nacional conquiste até 205 assentos. A aliança de esquerda deve reunir até 175 cadeiras, e a coalizão de centro, encabeçada pelo presidente Emmanuel Macron, ficará com 148 deputados. 


As eleições foram convocadas depois que Macron dissolveu o parlamento, em resposta à vitória da extrema-direita nas eleições para o parlamento europeu. O cargo dele não está em risco, mas a iminente derrota neste domingo enfraquece ainda mais os planos de governo. Por outro lado, sustenta a candidatura de Le Pen para presidência em 2027.


A campanha foi marcada por ataque a políticos e mais de 50 prisões. E também por importantes nomes do esporte se manifestando. Capitão da seleção francesa de futebol, Mbpappé fez um apelo para que os eleitores não deixarem o país nas mãos da extrema-direita. Em Paris, Raí — ex-jogador do São Paulo e do PSG — disse num comício que a extrema-direita representava o fim dos direitos humanos e da humanidade.