Brasil e mundo

Grupo de caminhoneiros planeja paralisação amanhã; categoria nega apoio

03 dez 2025 às 17:51

 Um grupo de caminhoneiros planeja uma greve nesta quinta-feira (4). Porém, entidades representativas da categoria dizem desconhecer a manifestação ou negam apoio ao ato.


Paralisação pede melhorias para os caminhoneiros. Entre elas está estabilidade contratual do caminhoneiro, garantindo transparência e critérios objetivos para contratações e recusas de prestação de serviço. Além disso, o grupo pede reestruturação do marco regulatório do transporte rodoviário de cargas, adequando a legislação às condições atuais da atividade.


Grupo protocolou ofício na Presidência da República na última terça-feira (2). Entre os presentes estava Francisco Dalmora Burgardt, conhecido por Chicão Caminhoneiro, e o desembargador aposentado Sebastião Coelho.


"Quero deixar claro para todos os amigos do Brasil: esse movimento é um movimento de guerreiros, de caminhoneiros lutadores, mas que temos que ter respeito às leis. Não podemos impedir o ir e vir das pessoas, temos que respeitar toda a legislação que é imposta à categoria no sentido de permitir o livre trânsito das pessoas, a gente tem que zelar pelo que é correto. Queremos os nossos direitos, mas não queremos atrapalhar a vida de ninguém." - Chicão Caminhoneiro, líder do movimento.


Na semana passada, Coelho convocou paralisação para pedir liberdade de Bolsonaro e dos envolvidos no 8 de Janeiro. "Até quando nós vamos ficar de braços cruzados, esperando nosso país afundar. Até quando vamos acatar, ficar quietos vendo um capitão do Exército preso na Polícia Federal quando deveria estar preso numa unidade do Exército brasileiro e o comandante do Exército calado, de cabeça baixa. Essa é hora meus irmãos e conterrâneos. Paralisação já", disse o desembargador aposentado.


Confederação nacional dos trabalhadores diz que "não apoia paralisação de caminhoneiros". Em nota, a CNTTL (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística) observa ainda que repudia o uso indevido da entidade em publicação que circula no LinkedIn. "Esta Confederação mantém total responsabilidade institucional perante suas entidades filiadas e os trabalhadores que representa. Reafirmamos que não compactuamos com movimentos de manipulação política que utilizem uma das categorias de transporte mais importantes do país para tais finalidades", disse a CNTTL.


Já a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) disse desconhecer a paralisação. A entidade reúne nove federações e 104 sindicatos, distribuídos em todos os estados, e representa integralmente os caminhoneiros autônomos em todo o país. "Até o momento, não temos notícias de que nenhuma dessas entidades convocou assembleias, deliberou sobre paralisações ou nos comunicou qualquer movimento organizado nesse sentido. Portanto, não há, neste momento, nenhuma mobilização dentro do sistema sindical da CNTA que remeta à paralisação da categoria", afirmou a entidade ao UOL.


Entidade de São Paulo diz que "não participa, não convoca e não tem qualquer deliberação institucional envolvendo paralisação, greve geral ou mobilização". Em nota, a Fetrabens (Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Cargas em Geral do Estado de São Paulo) observa que os atos estariam relacionados à situação jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro.


"Temos conhecimento de manifestações individuais e espontâneas de alguns transportadores autônomos que circulam nas redes sociais. Contudo, reforçamos que tais atos não são organizados, apoiados ou estimulados por essa entidade, tratando-se exclusivamente de iniciativas particulares." - Fetrabens, em nota.