O Ministério da Educação está desenvolvendo uma medida que visa proibir o uso de celulares em escolas públicas e privadas no Brasil. Segundo apuração do repórter Túlio Amâncio, a intenção é lançar a medida em outubro e enviar a proposta para o Congresso.
Segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), exame aplicado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mais de 45% dos alunos relatam que o uso de dispositivos em sala de aula atrapalha a atenção nas aulas de matemática.
“Baseado em estudos científicos, baseado em experiências, mostrando o prejuízo que tem sido o uso desse equipamento livre para os alunos nas escolas. Vamos discutir, inclusive, se a proibição será sem sala de aula ou na própria escola. Claro que se essa é um projeto de lei, será discutido no Congresso Nacional, se até alguns estados iniciaram, até o próprio estado do Ceará, mas se possa dar segurança melhor para todas as redes municipais e estaduais. O MEC está determinado e a nossa posição é que tem sido um prejuízo para o aprendizado dos nossos alunos em todo o Brasil", disse o ministro da Educação, Camilo Santana.
O índice aponta, também, o Brasil como o sexto país com a maior taxa (40,3%) de alunos que afirmam se dispersar quando observam o uso do equipamento por um outro colega.
O Brasil é um dos países em que se passa o maior tempo utilizando smartphones, telas e dispositivos eletrônicos- em média 9h diárias de uso da Internet segundo um levantamento recente. O brasileiro hoje se comunica, consome, informa-se e se relaciona com familiares, amigos e conhecidos, em grande medida, por meio de dispositivos digitais.
No caso de crianças e adolescentes, não é diferente. A última pesquisa TIC Kids Online, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, apontou que em 2022, 92% da população com idade entre 9 e 17 anos era usuária de Internet no país, sendo o celular o dispositivo mais usado por crianças e adolescentes.
A pesquisa ainda indicou que 86% dos usuários de 9 a 17 anos e 96% para os usuários de 15 a 17 anos possuíam ao menos um perfil em redes sociais.