Uma adolescente de 13 anos morreu na terça-feira (22), em Imperatriz, no Maranhão, após passar seis dias internada com falência de múltiplos órgãos. Ela havia consumido um ovo de Páscoa supostamente envenenado, que também foi ingerido pelo irmão dela, de sete anos, que morreu no mesmo dia. A mãe das crianças, Mirian Lira, de 32 anos, continua hospitalizada.
O caso teve início na noite de 16 de abril, quando a família recebeu o doce por meio de um motoboy, acompanhado de uma mensagem: “Com amor, para Mirian Lira. Feliz Páscoa”. Horas após o consumo, os três começaram a passar mal. O menino de sete anos morreu na madrugada seguinte. A irmã foi levada em estado grave ao Hospital Municipal de Imperatriz, onde faleceu em decorrência de choque vascular e falência de órgãos, segundo boletim médico.
A mãe das crianças chegou a ficar entubada na UTI, foi extubada no último domingo (20) e transferida para a enfermaria na segunda-feira. Apesar de apresentar boa resposta ao tratamento, ela passou mal ao ser informada sobre a morte da filha. O estado de saúde dela agora é estável, e há expectativa de alta médica nas próximas 72 horas.
A principal suspeita do envenenamento é Jordélia Pereira Barbosa, ex-mulher do atual companheiro de Mirian. Ela foi presa no domingo (20) e transferida para a Unidade Prisional de Ressocialização Feminina de São Luís. A Polícia Civil afirma que o crime teria sido motivado por ciúmes e vingança. Em depoimento, Jordélia admitiu ter comprado o chocolate, mas nega ter adicionado veneno.
Imagens de câmeras de segurança e registros de compra indicam que a suspeita comprou o ovo de Páscoa disfarçada com peruca e óculos escuros. Ela também ligou para Mirian após a entrega, questionando se o presente havia chegado. Jordélia foi interceptada e presa quando descia de um ônibus intermunicipal, levando consigo objetos como perucas, restos de chocolate e bilhetes de passagem.
A Polícia Civil aguarda o resultado de exames do Instituto de Criminalística, que devem revelar o tipo de substância utilizada no possível envenenamento. Também foram solicitadas análises toxicológicas das vítimas.
Segundo o delegado-geral da Polícia Civil do Maranhão, Manoel Almeida, há indícios suficientes para apontar Jordélia como autora do crime, embora a investigação siga em andamento para esclarecer todos os detalhes e confirmar o tipo de veneno usado.
A tragédia chocou a população e levanta alertas sobre crimes motivados por vingança em contextos familiares.