O ex-presidente americano Donald Trump foi hoje considerado culpado de fraude contábil para comprar o silêncio de uma atriz pornô, que poderia prejudicá-lo nas eleições de 2016 —vencidas por ele. A condenação não tira Trump da corrida eleitoral de novembro deste ano.
O júri concluiu que Trump violou a lei ao falsificar registros comerciais para encobrir um pagamento a uma atriz de filmes adultos. Em 2016, Stormy Daniels recebeu um pagamento de US$ 130 mil (cerca de R$ 675 mil em valores de hoje).
O dinheiro teria o propósito de comprar o silêncio da atriz sobre um encontro amoroso com Trump, para não prejudicá-lo nas eleições. Naquele ano, o republicano venceu a candidata democrata Hillary Clinton.
O ex-advogado e homem de confiança de Trump, Michael Cohen, disse que foi incumbido pelo político de fazer o pagamento. Já Stormy Daniels deu um depoimento com detalhes sobre o encontro amoroso que teria tido com Trump no ano da eleição.
Trump foi condenado por todas as 34 acusações de fraude contábil que pesavam contra ele no caso. O julgamento durou sete semanas e ouviu mais de 20 testemunhas. Na terça-feira, os advogados apresentaram seus argumentos finais. Na quarta, o caso seguiu para os 12 jurados.
Com isso, Trump se tornou o primeiro ex-presidente americano condenado criminalmente.
O veredicto de hoje não fixou a pena de Trump, o que deve ser feito por um juiz no início do próximo mês. A sentença pode ir de multa até quatro anos de prisão, embora essa alternativa seja rara para um caso de falsificação de fraude contábil, segundo a Reuters.
Nos Estados Unidos, uma pessoa condenada por um crime pode concorrer a qualquer cargo e ser eleita. A exceção é não ter participado de uma insurreição contra os Estados Unidos. Trump é alvo de uma investigação sobre seu papel na invasão do Capitólio em janeiro de 2021, mas não foi acusado.