Todos os locais
Todos os locais
Brasil

Brumadinho: Empresa de prevenção de incêndio ajudou com vazamento 7 meses antes

15 jul 2019 às 21:15
Por: Estadão Conteúdo
Foto: Corpo de Bombeiros/Divulgação -

A Vale usou empresa terceirizada que prestava serviço de prevenção a incêndio para conter o vazamento apresentado pela barragem da empresa em Brumadinho em junho do ano passado, cerca de sete meses antes de a estrutura se romper. Um dos funcionários da terceirizada, chamada Reframax, Antônio França Filho, prestou depoimento nesta segunda-feira, 15, à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa de Minas Gerais que investiga as causas do rompimento da estrutura.

O vazamento foi registrado em 11 de junho do ano passado durante a instalação de um dreno horizontal profundo (DHP) e, segundo deputados da CPI, tratado como de importância reduzida por representantes da empresa em sessões da comissão. O depoimento de Antônio França, segundo o relator da comissão, André Quintão (PT), mostra que o vazamento foi grave e que as operações da barragem deveriam ter sido suspensas. "Diante da emergência, houve uma espécie de mutirão", afirmou o parlamentar, sobre o uso de funcionários da Reframax.

Antonio França disse à CPI nesta segunda que mais de 50 pessoas, entre funcionários da Vale e terceirizados, trabalharam durante entre cinco e seis dias para a solução do problema. Antes de ser colocado para a frente de trabalho voltada para conter o vazamento, Antonio França fazia serviços como suporte dr soldagem de luminárias de emergência para casos de incêndio na área administrativa do complexo do Córrego do Feijão, onde ficava a barragem que rompeu.

O funcionário terceirizado disse não saber o motivo de ter sido convocado para o trabalho. "Trabalhamos no talude da barragem. Jogamos brita e areia para conter o vazamento", disse. Conforme Antonio França, no momento vazava água e lama da estrutura. O funcionário terceirizado disse ainda que no canteiro de obras para contenção do vazamento havia ainda um equipamento chamado bomba-sapo, usado para puxar água de dentro da represas. Antonio França, no entanto, não soube dizer se durante estes dias, o equipamento foi utilizado. O excesso de água na represa é uma das possíveis causas do rompimento da estrutura.

A Reframax, que seguiu fornecendo trabalho para a Vale, perdeu 37 funcionários na queda da barragem. Um total de 59 empregados da terceirizada trabalhavam para a Vale na data da tragédia. Antonio França, no momento da ruptura, estava na estação de tratamento de minério, próximo, à barragem. Com o impacto da estrtura se rompendo, caiu de uma altura de 7 metros e ficou preso a ferragens. "O bombeiro que me salvou disse que fiquei a 20 centímetros da lama", contou.

Outras notícias

Caça adquirido pelo Brasil surpreende F-15 dos EUA em combate simulado

PCPR e Gaeco deflagram operações em várias regiões do Brasil

Capotamento de ônibus com 40 passageiros deixa 18 mortos e vários feridos em Alagoas

A CPI também ouviu nesta segunda o diretor de operações da Alphageos, Marcelo Santos. A empresa, também terceirizada, fazia implantação dos DHPs para a Vale. Em recomendação da Tüv Süd, citada pelos deputados da CPI, haveria a necessidade de implantação de 30 DHPs. O representante da empresa, porém, disse que isso nunca foi repassado à Alphageos. A terceirizada, conforme Marcelo Santos, teria instalado 14 equipamentos desses, que têm como função de aliviar a pressão da água contra a parede da barragem. A Tüv Süd é a empresa que emitiu o laudo de estabilidade da barragem e, assim, como a Vale, já teve engenheiros presos.

O contrato para implantação dos drenos terminou, conforme Marcelo Santos, em 13 ou 14 de julho. Com as informações colhidas até agora, parlamentares da CPI tentam saber se houve outro incidente, e não apenas o de 11 de junho, envolvendo problemas com possível excesso de água dentro da barragem.

Marcelo Santos disse que a Vale o orientou a conversar com a Tüv Süd para que os demais DHPs fossem instalados. "Fiz isso, mas não houve retorno da Vale", afirmou. Em nota, a empresa disse que "após instalação dos drenos horizontais profundos (DHPs), como medida adicional de segurança depois de auditoria regular, em 2018, foi feita uma inspeção em toda a barragem e não se detectou nenhuma situação concreta que indicasse risco iminente de ruptura. Cabe lembrar que estes drenos adicionais se tratavam de medidas preventivas, já que os laudos técnicos indicavam a estabilidade da estrutura".

A empresa não respondeu questionamento sobre os motivos que a levaram a colocar terceirizada do setor de sistemas de prevenção de combate a incêndio para conter o vazamento da barragem. "As causas do rompimento ainda estão sendo investigadas. A Vale tem apresentado, desde o momento do rompimento da barragem, todos os documentos e informações solicitados pelas autoridades competentes e, como maior interessada na apuração dos fatos, continuará contribuindo com as investigações", segue a nota da empresa. O último levantamento da Defesa Civil de Minas Gerais mostra que 248 pessoas morreram no rompimento da barragem outras 22 seguem desaparecidas.

Veja também

Relacionadas

Brasil
Imagem de destaque

Novo voo da FAB com 204 repatriados do Líbano chega ao Brasil

Brasil
Imagem de destaque

Número de casos notificados de coqueluche cresce em 2024

ELEIÇÕES 2024

Justificativas de ausência já somam 650 mil no 2º turno das eleições municipais

ELEIÇÕES 2024

Eduardo Pimentel vota no colégio Ângelo Trevisan, no bairro Vista Alegre em Curitiba

Mais Lidas

Cidade
Cascavel e região

Ônibus da Prefeitura de Quedas do Iguaçu é retido pela PRF na BR-277

Cidade
Londrina e região

Homem é morto a tiros por ex-marido de sua atual namorada na zona sul de Londrina

Brasil e mundo
Brasil

Funcionários da UPA onde paciente morreu sem atendimento serão demitidos

Cidade
Londrina e região

Mulher invade motel e afirma ter matado o marido; funcionários ficam assustados

Cidade
Londrina e região

Corpo em avançado estado decomposição é encontrado em mata na zona oeste de Londrina

Podcasts

FIIL
Imagem de destaque

Tarobá transmite podcast ao vivo durante Festival Internacional de Inovação de Londrina

TURISMO

Podcast A Hora do Café - EP4 - Fernanda Corrêa da Rota do Café

A HORA DO CAFÉ

Podcast A Hora do Café - EP3 - Cris Malauz barista e empreendedora

Tarobá © 2024 - Todos os direitos reservados.