Todos os locais
Todos os locais
Brasil

Remédio tarja-preta é comercializado entre estudantes

04 out 2017 às 11:40
Por: Redação Tarobá News

A Ritalina é um medicamento de tarja preta que só é prescrito com o rígido controle médico. Ele é indicado pra quem tem problemas com déficit e hiperatividade. Mas o remédio vem sendo comercializado ilegalmente - e com muita facilidade - pela internet. Os principais interessados são jovens estudantes que, desgastados com a intensa rotina da faculdade e de cursinhos pré-vestibular, acabam arriscando nos perigos da automedicação.

A rotina de intensos estudos acaba desgastando o corpo, tanto fisicamente, como mentalmente. Muitos jovens acabam buscando alternativas para se manter alerta nos estudos. Os principais vestibulares do país estão chegando. Época em que os nervos dos estudantes ficam à flor da pele.

Numa geração intitulada como "geração comprimido”, os jovens buscam amenizar o cansaço com estimulantes. Porém, a ideia de que a Ritalina melhora a função cognitiva de quem não precisa do remédio é um mito.

Comprimido da inteligência, pílula da matemática... Há muitos nomes para remédios como a Ritalina - específico para o tratamento do transtorno do déficit de atenção com hiperatividade, que causa desinteresse, inquietude, impulsividade. Os medicamentos são de tarja preta. O remédio atua no sistema nervoso central e pode causar dependência.

O principal componente é o metilfenidato - do grupo das anfetaminas. É esse princípio ativo que estimula a concentração. Mas, tem quem tome sem indicação médica, como um "elevador cognitivo", ou seja, para melhorar o desempenho, turbinar o cérebro para estudar.

Outras notícias

Criminosos disfarçados de policiais invadem jogo de futebol e matam quatro pessoas no Ceará

Policiais matam jogador e mais 6 pessoas que estavam em carro no Amapá

Temporais deixam desabrigados no Recôncavo Baiano e acionam sirenes em Salvador

E são diversos os efeitos colaterais do remédio no corpo. A pessoa pode ter uma virada maníaca, se ela tem uma tendência bipolar. Além disso, quem utiliza o remédio também pode ter ansiedade, insônia, aumento de irritabilidade, dor de cabeça, dor de estômago, aumentar a frequência cardíaca, hipertensão arterial, quadro psicótico e, se for muita dose alta, morte.

Vendas ilegais pela internet

Nas farmácias, o medicamento só é vendido sob prescrição médica, mas na internet, não há fiscalização.

Funciona como um verdadeiro mercado virtual. A reportagem do Café com Jornal se infiltrou em grupos nas redes sociais e criou uma postagem. Em seguida, a equipe foi abordada por uma mulher, que enviou uma mensagem com preços promocionais e garantia de profissionalismo.

A tal mulher dizia que conseguia os remédios na farmácia onde trabalha e que é o próprio dono quem viabiliza a venda ilegal. Ela enviou fotos das cartelas e, em poucos minutos, fechou o negócio - no mesmo dia, o medicamento foi enviado.

Nas farmácias, uma caixa do remédio com trinta comprimidos custa em média R$ 30. Na internet, o preço chega a R$ 150, ou seja, o lucro é de mais de R$ 100. O tráfico do medicamento, aliás, já chegou às instituições de ensino. Estudantes cobram entre R$ 5 e R$ 7 em apenas um comprimido.

Vale lembrar que a venda ilegal de remédios controlados configura crime de tráfico de droga. A pena chega a 15 anos de prisão.

Anvisa

Em entrevista ao vivo ao Café com Jornal, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Jarbas Barbosa da Silva Júnior, disse o medicamento pode ser desviado de três formas: esquema criminoso, roubo de carga ou o gerente do estabelecimento descumpriu alguma lei.

“Temos mais de 70 mil farmácias e drogarias, na qual as secretarias municipais de Saúde têm a responsabilidade de fiscalizar tanto pela denúncia ou de maneira aleatória para certificar que a farmácia faz o controle correto, que é quando fica com a receita do paciente retida”, explicou o diretor.

Jarbas Barbosa afirmou ainda que, para vender este tipo de remédio – controlado e tarja preta – o estabelecimento deve seguir algumas regras: “comprovar para a Secretaria Municipal de Saúde que tem condições de fazer o armazenamento correto, ter o sistema de gerenciamento de produtos controlados, para reter a receita com dados do médico, diagnóstico do paciente, além do nome e endereço”.

O diretor-presidente da Anvisa alertou também para os ricos da compra ilegal. “As pessoas compram sem saber o que está ali, pode ser qualquer coisa, roubo, remédio falsificado. Isso não vai melhorar o desempenho do aluno do vestibular”.

(Band)

Veja também

Relacionadas

Brasil
Imagem de destaque

Assaltantes montam falsa blitz para roubar pessoas na Rodovia dos Imigrantes

Brasil
Imagem de destaque

STJ mantém multa de R$ 86,2 mi contra Vale por tragédia de Brumadinho

Brasil

PCC e Comando Vermelho rompem aliança firmada entre as facções

Brasil

Polícia Federal divulga edital de concurso com 192 vagas para todo o país

Mais Lidas

Cidade
Londrina e região

Irmãos morrem em menos de 12 horas em Apucarana e são sepultados no mesmo dia

Brasil e mundo
Mundo

Mulher mata 40 criminosos de facção ao dar empadas envenenadas a eles

Cidade
Cascavel e região

Homem que morreu em grave acidente na BR-277 é identificado como Tiago Antonio Ferreira

Cidade
Londrina e região

Pedestre morre após ser atropelado por micro-ônibus na BR-369, em Londrina

Cidade
Londrina e região

Paralisação de professores de CEIs filantrópicos de Londrina é decidida em assembleia

Podcasts

Podcast PodGuest | EP 9 | Empreendedorismo, marketing e entretenimento | Gabriel d'Avila

Podcast Heróis e Vilões | EP 6 | O Herói Dentro de Nós | Matheus José Vioto

Podcast Café com Edu Granado | EP 11 | A Força da Persistência Empreendedora | Lucas Olivetti

Tarobá © 2024 - Todos os direitos reservados.