Nesta quarta-feira (28), nossa equipe de reportagem conversou com Wilson Barros, advogado do jovem de 18 anos, preso em Gravatá, no estado de Pernambuco, suspeito de ser o mentor intelectual do ataque ao Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, que terminou com a morte de um casal de estudantes, na ultima segunda-feira, 19. O rapaz foi transferido para a Penitenciária de Vitória de Santo Antão, também em Pernambuco.
O advogado de defesa nega o envolvimento de seu cliente no crime: “nós consideramos que é impossível ele ser o autor intelectual desse fato”.
Segundo as investigações, o jovem teria recebido uma ligação do atirador três minutos antes do ataque.
Wilson confirmou que eles se conheciam e mantinham conversas pelo Discord, uma plataforma gratuita voltada para gamers, que também tem sido utilizada para a prática de crimes. “Ele [o atirador] dizia que ia praticar o crime e ele [o jovem de 18 anos] achava que era brincadeira, que o rapaz não teria coragem” afirmou.
Em 2022, quando ainda era menor de idade, o garoto teve que prestar esclarecimentos na Delegacia de Crimes Cibernéticos, em um caso que envolvia a plataforma Discord e maus tratos aos animais. Segundo a defesa, havia indícios de que ele teria tem problemas psiquiátricos.
A defesa entrou com um pedido na justiça solicitando a soltura do jovem, que ele seja encaminhado para internação ou tratamento psiquiátrico. Entretanto, o Poder Judiciário de Pernambuco está em recesso até 23 julho, por conta das festividades de São João.
Para o advogado, houve precipitação na decretação da prisão preventiva do rapaz e existe a preocupação com a sua integridade física. Ele teme que o jovem tire a própria vida ou acabe morto por outros presos dentro da penitenciária.