A safra, que normalmente representa alegria e esperança para os agricultores, virou motivo de preocupação e incerteza em Campo Bonito. O fechamento da cerealista Freut deixou mais de 200 produtores de Campo Bonito, Guaraniaçu e Ibema sem receber pelos grãos entregues, acumulando um prejuízo que ultrapassa os 50 milhões de reais.
Produtores relatam dificuldades financeiras e a luta para recomeçar após perderem o pagamento dos produtos. Seu Pedro, que tem uma propriedade de pouco mais de nove alqueires, enfrenta noites sem dormir e incertezas sobre como pagar as contas. Sua esposa, dona Jandira, ainda está muito abalada com a situação.
Eliana, outra produtora afetada, perdeu cerca de mil sacas e tinha o dinheiro guardado para quitar dívidas. Já Ronaldo precisou vender um veículo pessoal para manter os compromissos financeiros em dia, temendo também pela reputação da família.
No dia 25 de julho, produtores realizaram uma manifestação em frente à cerealista, cobrando respostas e o pagamento imediato. A situação gerou diversas ocorrências policiais, e um inquérito foi instaurado para investigar o caso.
O advogado do antigo proprietário da Freut afirmou que a venda da sede operacional foi uma tentativa de liquidar dívidas e buscar uma reestruturação, mas até o momento os produtores não receberam nenhuma resposta concreta.
Apesar do desespero e da tristeza pelo dinheiro perdido e anos de trabalho que parecem ter sido jogados fora, os produtores mantêm a esperança de recuperar o que lhes é de direito e se apoiam mutuamente para enfrentar essa fase difícil.