Com a elevação da taxa básica de juros, a economia do país volta a sentir os efeitos de um aperto no bolso. O índice, definido pelo Comitê de Política Monetária (Copom), atingiu 14,75% — o maior patamar desde julho de 2006 e o terceiro maior juro real do mundo.
O economista Luciano da Costa explicou que, infelizmente, o aumento das taxas de juros, promovido pelo Banco Central, é uma medida para controlar principalmente a inflação. No entanto, essa estratégia traz consequências negativas, como a queda da atividade econômica e do consumo. Além disso, pode afetar diretamente a empregabilidade e a renda da população.
Mas afinal, o que isso significa na prática? Muita coisa. Com a Selic mais alta, o crédito fica mais caro, o consumo desacelera e o cenário se torna mais desafiador tanto para empresas quanto para famílias. Investimentos são adiados, compras parceladas se tornam mais pesadas e o risco de desemprego aumenta, já que o mercado tende a desacelerar.
Para quem está endividado ou precisa recorrer a empréstimos e financiamentos, o impacto é direto. Com a taxa elevada, as parcelas aumentam e a negociação se torna mais complicada.
Por outro lado, nem tudo é negativo. Para quem tem dinheiro guardado e pensa em investir, o momento pode ser favorável. Investimentos de renda fixa, como o Tesouro Direto e CDBs, passam a oferecer retornos mais atrativos. É uma janela de oportunidade para quem busca rentabilidade com menor risco.
Mesmo assim, o cenário exige cautela. A expectativa é que a taxa permaneça elevada por algum tempo, até que a inflação esteja sob controle — o que exigirá paciência e planejamento por parte de todos.