O Grupo Tarobá recebeu o pedido de um telespectador para contar a história da Julia de Grande Almeida, que deixou de enxergar aos 7 anos de idade. Ela nasceu prematura, teve hidrocefalia, precisou colocar uma válvula na cabeça, que pressionou o nervo ótico e prejudicou a visão.
Com muito esforço, garra e superação, ela passou por todos os obstáculos e hoje está no primeiro ano de psicologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL). “Esse ano eu fui atrás de cursinho, estudei pra caramba e passei com muito esforço. Foi um momento muito feliz da minha vida. Na faculdade eu tenho muitos amigos, a comunidade em si foi muito receptiva. É uma coisa que eu tinha muito medo. Mas isso foi desconstruído pra mim porque eu estou sendo muito bem atendida. As pessoas me auxiliam em tudo que eu preciso”, contou Julia.
Na UEL, ela conta com a ajuda do núcleo de acessibilidade (NAC). “Eles oferecem suporte pra todo tipo de deficiência. Quando você faz a inscrição do vestibular, você opta pelas cotas e eles imediatamente já entram em contato com você. Eu me senti muito integrada”.
O pai da Júlia, Seo Altair, entrou em contato com a nossa produção depois de assistir uma matéria na TV Tarobá sobre os óculos de inteligência artificial que estão sendo distribuídos pelo Governo do Estado.
O Orcam Myeye, conhecido como “óculos amigo” está sendo entregue para estudantes com cegueira total da Rede Pública de Ensino do Paraná. O dispositivo é capaz de escanear textos, identificar cores, rostos e transformar as informações em áudio.
Altair espera que os óculos ajudem na vida pessoal e profissional da Júlia. Só de lembrar tudo que a filha já passou, ele não consegue conter a emoção. “Com os óculos, com certeza, ela vai ter um futuro brilhante para ele ajudar ela, não só na escola, mas na vida pessoal. Vai ajudar muito. Eu espero de coração que ela consiga esses óculos, porque eu sei que na vida dela esses óculos vão representar muito”, disse em meio as lagrimas.
Por enquanto, esses óculos são apenas para alunos do Ensino Fundamental e Médio. Na região de Londrina, já foram 13 dispositivos entregues. Ainda assim, a Júlia faz planos e já consegue se imaginar com os óculos. “Eu acho que ele me ajudaria na parte dos estudos, para identificar esses materiais que não fazem leitura, ler cédula de dinheiro, às vezes eu preciso de algum auxílio, não tem alguém por perto, seria muito mais fácil, e ele faz a detecção de cores de roupas, que eu acho muito interessante porque às vezes eu tô sozinha, eu quero saber a cor de alguma roupa, e eu preciso tirar foto e mandar para alguém, seria muito bom”, contou animada.