A primeira sessão pública da Câmara Municipal de Toledo, após o afastamento dos vereadores Edimilson Dias Barbosa, conhecido como Dudu Barbosa, e Valdomiro Nunes Ferreira, conhecido como Bozó, apresentou um cenário incomum e simbólico: cadeiras vazias onde antes se sentavam os representantes eleitos pelo povo.
De acordo com o Ministério Público do Paraná, o encontro decisivo ocorreu em 31 de outubro de 2024, nas dependências da Câmara Municipal. Os vereadores se reuniram com um representante de uma empresa do setor de energia renovável, que buscava aprovação para um projeto de construção de uma Central de Geração Hidrelétrica (CGH) no Rio São Francisco, na Estrada da Usina.
Durante a reunião, Edimilson Dias Barbosa teria recolhido os celulares dos presentes e os guardado em outro ambiente, demonstrando preocupação com uma possível investigação da Polícia Federal. A transcrição de um dos áudios gravados revela falas dos vereadores, em que um dos representantes da Câmara chega a pedir uma espécie de caridade para um representante da empresa. Além disso, eles comentam sobre uma divisão que seria realizada entre sete pessoas-chave para a aprovação do projeto.
Gabriel Baierle, presidente da Câmara de Vereadores de Toledo, afirmou que a Câmara acatou a decisão judicial e suspendeu os parlamentares imediatamente. Ele ressaltou que qualquer decisão futura será tomada com base nas conclusões do processo.
O afastamento dos vereadores tem prazo inicial de 180 dias, enquanto o processo criminal segue em tramitação. A Câmara Municipal de Toledo solicitou ao Ministério Público orientações sobre o pagamento e o acesso dos vereadores afastados ao prédio da Casa de Leis.
Em relação ao salário, o Ministério Público já pediu a suspensão dos subsídios, pois eles só se justificam pelo trabalho realizado, e os dois réus estão afastados. Também foi solicitado que eles sejam proibidos de acessar a Câmara de Vereadores durante o período da medida cautelar.
Segundo o presidente da Câmara, Gabriel Baierle, é necessário aguardar os documentos oficiais para seguir com os procedimentos cabíveis: “Nós vamos seguir o que o Judiciário decidir. Estamos aguardando agora essa decisão com o pedido de esclarecimento da procuradoria jurídica”, afirmou.