A intervenção judicial na Casa do Bom Samaritano, em Londrina, ganhou novo rumo após a renúncia do padre César Braga, que estava no cargo havia um mês. A Justiça aceitou o pedido, e a prefeitura nomeou quatro servidores para assumir a gestão dos convênios da instituição. Enquanto isso, segue na Justiça a disputa entre o município e a nova diretoria pelo comando da entidade.
O padre César Braga deixou o cargo após alegar problemas de saúde e afirmar ter encontrado graves dificuldades estruturais e financeiras na entidade, o que teria inviabilizado sua atuação. Segundo ele, porém, o principal impasse foi a relação com a nova diretoria, que estaria interferindo no andamento da intervenção judicial.
A defesa do padre reforçou que ele atuou dentro dos limites legais durante o período em que esteve à frente da Casa.
Do outro lado, a nova diretoria contesta as acusações e afirma que o ex-interventor não mantinha diálogo adequado, dificultando a comunicação entre as partes. O presidente da diretoria, Benedito da Silva Júnior, também argumenta que o padre não cumpria os requisitos para ser nomeado interventor, já que não possui formação em administração e não é cadastrado no sistema onde são registrados os interventores habilitados.
Em nota, a prefeitura informou que o padre foi escolhido para organizar a gestão financeira e administrativa da Casa do Bom Samaritano, garantindo a continuidade dos serviços. Segundo o município, todos os repasses dos convênios foram feitos normalmente, e um dos acordos foi encerrado após a transferência de acolhidos para outras instituições.
Com a renúncia aceita, os servidores nomeados pela prefeitura assumiram a administração dos convênios e agora têm a missão de estabilizar a gestão da entidade. A nova diretoria, sediada em Cambé, afirma esperar que o diálogo seja restabelecido a partir dessa mudança.
Atualmente, cerca de 17 idosos vivem na Casa do Bom Samaritano, que também administra dois centros educacionais filantrópicos. A expectativa é que o processo avance nas próximas semanas, enquanto a Justiça avalia os próximos passos da intervenção.