A Rede Carinho, inaugurada pela Prefeitura de Londrina em março no Pronto Atendimento (PA) do Jardim Leonor, completará três meses de funcionamento na próxima terça-feira (17). Nesse período, o serviço registrou mais de 5 mil atendimentos para crianças de zero a 12 anos incompletos, descentralizando as consultas pediátricas de urgência e emergência, antes ofertadas unicamente no Pronto Atendimento Infantil (PAI).
Para conduzir os atendimentos ao público pela Rede Carinho, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) nomeou, no início do ano, mais quatro pediatras e quatro profissionais de enfermagem, que se somam aos 80 servidores que já atendiam no PA do Leonor.
Entre março e abril, a Rede Carinho somou 2.805 atendimentos, que abrangem consultas médicas e reavaliações; em maio, 2.097, e outros 583 em junho. A média tem sido em torno de 60 a 80 atendimentos por dia, com horário de funcionamento das 7h à 1h da madrugada, todos os dias da semana. Fora desse horário, o PAI continua sendo a unidade de referência, dentro da rede municipal de saúde, para os bebês e crianças.
Na tarde desta sexta-feira (13), Ricelly Renata levou até o PA do Leonor o filho Felipe Miguel, de apenas 4 anos, que estava desde a madrugada com bastante dor e dificuldades para engolir. A mãe explicou que, ao chegar na unidade, identificaram a febre alta e, logo após a triagem, Felipe passou pela pediatra que diagnosticou a infecção de garganta. “Ele passou pela triagem, recebeu a pulseira amarela e rapidinho o chamaram. A médica explicou o que ele tem, já tomou a injeção de antibiótico, e agora estamos só esperando a febre baixar”, contou.
Renata aprovou o serviço da Rede Carinho, por facilitar o deslocamento com o filho doente. A família reside no Jardim São Jorge, zona norte da cidade, e para ir até o PAI os custos seriam bem elevados. “Aqui é bem mais rápido, mais sossegado, e para chegar também sai mais barato”, avaliou.
Outros pacientes atendidos na tarde de hoje (13) foram levados pela avó Leni Cardoso, de 57 anos. Ela recebeu em casa os netos Emanuelle Vitória, Ayron Miguel e Lavínia, mas notou que os três estavam com sintomas gripais, então aproveitou a proximidade, já que reside no Jardim Leste-Oeste, e fez o trio passar por consulta com a pediatra. “Eu adorei. Primeira vez que eu venho trazer eles aqui, a pediatra foi maravilhosa e tivemos uma longa conversa. É ótimo ter esse atendimento mais perto da gente, e mesmo que demore é preciso ter paciência. O pessoal aqui faz a parte deles, e a gente precisa fazer a nossa, porque nessa época não é fácil com tanta gente doente”, afirmou.
O projeto da Rede Carinho foi uma das primeiras ações implementadas pela administração do prefeito Tiago Amaral, com o intuito de conferir mais agilidade nos atendimentos pediátricos. E, de acordo com a secretária municipal de Saúde, Vivian Feijó, a expectativa é estender o serviço para outras regiões da cidade. “Sabemos que as filas de espera no PAI são um desafio e estamos batalhando para superar isso, com novos pontos da Rede Carinho pela cidade. Esse é um instrumento essencial de cuidado com as crianças, pois traz mais alívio às famílias, especialmente para as mães que acompanham os filhos doentes, e também para os profissionais de saúde, que não ficam sobrecarregados e conseguem atuar com ainda mais qualidade”, elencou.
A médica Alessandra Barquete Guerchmann de Freitas, que acumula 25 anos de experiência, reforçou a necessidade de descentralizar as consultas pediátricas de urgência e emergência. Ela foi uma das profissionais convocadas para compor a Rede Carinho e, desde então, tem atuado no PA do Leonor. “O que eu noto é que o Leonor cobre uma região, então as pessoas deixaram de ir para o PAI e estão usando o serviço do Leonor para atendimento. Ao descentralizar, a gente dilui o atendimento e evita as filas. É muito cansativo para uma mãe ficar por horas na fila. Se tivermos a Rede Carinho distribuída pela cidade, o atendimento vai melhorar muito, pois o projeto do Leonor está dando certo e precisa ser replicado”, frisou.
Sobre a experiência no novo serviço, a pediatra contou que sempre teve preferência por atuar com urgência e emergência, então está se sentindo “em casa”. “Atuo com isso há 25 anos, desde a minha formação, sou pronto-socorro. Até tentei fazer outra coisa, mas o meu perfil é esse. Gosto dessa adrenalina. E aqui a equipe é tranquila, está bem harmônico. A estrutura também melhorou bastante. Acho que isso aqui só tende a crescer e a melhorar ainda mais”, completou.
