As unidades de saúde do município de Cascavel, a baixa adesão à campanha de vacinação contra a gripe tem causado impactos diretos no sistema de saúde local. Unidades lotadas, longos tempos de espera e hospitais sobrecarregados compõem o cenário enfrentado por profissionais e pacientes.
Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Saúde da Família (USFs), há um aumento expressivo na demanda, principalmente por casos de sintomas respiratórios. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, a situação contrasta com a baixa cobertura vacinal contra a gripe. Dos mais de 144 mil cascavelenses que integram os grupos prioritários, apenas 33,55% receberam a vacina. A situação é ainda mais crítica entre gestantes, com apenas 10,52% imunizadas. Entre crianças, a taxa é de 24,21%, e entre idosos, 39%.
Com o crescimento nos atendimentos, os casos menos graves acabam aguardando mais tempo, já que o sistema de triagem prioriza as urgências. O tempo de espera, segundo a Secretaria, é variável e depende de fatores como o volume de pacientes e a gravidade dos quadros. Entre 1º e 20 de maio, as UPAs de Cascavel atenderam 3.252 pessoas a mais do que no mesmo período do ano passado.
A Secretaria reconhece a sobrecarga e a carência de profissionais, motivo pelo qual abriu um chamamento público para a contratação de 20 servidores, entre médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem.
O prefeito Renato Silva afirmou que o problema não é exclusivo de Cascavel e destacou que várias UPAs no Paraná e no Brasil enfrentam dificuldades semelhantes devido aos altos índices de gripe. Ele comentou que a situação nas UPAs melhorou na manhã desta sexta-feira (23) e mencionou que há um déficit de cerca de 40 servidores.
A orientação é clara: a população deve buscar a vacinação como forma de proteção individual e coletiva, contribuindo para a redução de casos graves e para o alívio do sistema de saúde, que também enfrenta sobrecarga nas redes privadas. A Secretaria Estadual de Saúde alerta que a circulação de vírus respiratórios tende a aumentar nos meses frios, exigindo maior atenção, principalmente com crianças e idosos.