Os protestos em Londrina começaram por volta das 17h30 de segunda-feira (17). De acordo com a Polícia Militar, as manifestações foram organizadas pelas redes sociais, mas o que chamou a atenção foi a escalada da violência, com bloqueios em diversas regiões da cidade.
Ao menos seis pontos de bloqueio, feitos com barricadas de pneus incendiados, foram registrados. O primeiro ocorreu na BR-369, em frente ao Jardim Nossa Senhora da Paz, popularmente conhecido como Bratac, onde veículos, incluindo uma equipe de uma emissora local, foram apedrejados.
Outros bloqueios ocorreram na BR-369, próximo à Vila Marizia, na Rodovia João Carlos Strass, perto da garagem da TIL (empresa responsável pelo transporte coletivo na região metropolitana), na estrada da Perobinha, próximo ao Residencial Vista Bela, na continuação da Av. Saul Elkind, após o Vista Bela, e na Av. Guilherme de Almeida, perto do União da Vitória. Segundo informações levantadas com o Corpo de Bombeiros foram registradas ao menos 16 chamados e 12 atendimentos na noite de ontem.
Os protestos afetaram as regiões norte, sul, leste e oeste de Londrina. A região central não teve bloqueios, mas houve uma tentativa de incendiar um ônibus da TIL na Av. Leste-Oeste, que foi contida.
Outro ônibus, da Grande Londrina (responsável pelo transporte dentro do município), foi incendiado no Jardim Marabá e ficou completamente destruído. Na manhã de terça-feira (19), houve uma nova tentativa de roubo da carcaça do ônibus. Algumas casas próximas ao incêndio tiveram que ser evacuadas.
Devido aos protestos, o transporte coletivo interurbano e urbano foi interrompido por volta das 20h de segunda-feira, sendo gradualmente retomado a partir das 3h30 da manhã de terça (18). O transporte intermunicipal voltou a operar primeiro, seguido pelo transporte urbano, que foi normalizado às 6h.
Diversos trabalhadores enfrentaram dificuldades para retornar para casa na noite de ontem, e hoje pela manhã foram registrados relatos de atrasos nos ônibus.
O prefeito Tiago Amaral, que estava a caminho de Brasília quando os protestos começaram, retornou à cidade e solicitou reforços junto ao governador Ratinho Júnior e ao secretário de Segurança Pública, Coronel Hudson Teixeira, que já está em Londrina.
Estima-se que cerca de 200 policiais de batalhões de Maringá, Rolândia, Curitiba e Cornélio Procópio foram deslocados para Londrina, para auxiliar no controle dos protestos e nas atividades de segurança rotineiras.
Veja mais imagens sobre os bloqueios, ataques à imprensa e ônibus incendiados
Relembre o motivo dos protestos:
Familiares e amigos de dois jovens mortos em confronto com a Polícia Militar, na noite de sábado (15) em Londrina, se reuniram em várias regiões da cidade para protestar na tarde desta segunda-feira (17), os manifestantes fecharam ruas e avenidas de pelo menos cinco pontos, nas zonas; norte, sul, leste e oeste, pessoas seguravam cartazes e queimaram pneus.
Durante os protestos, os grupos alegam que os jovens mortos eram trabalhadores e que não estavam envolvivos com crimes. Eles alegam ainda, que a polícia tomou uma atitude desmedida ao matar os dois.
Os suspeitos foram identificados como um menor de idade, de 16 anos e um homem de 21 anos, com registro policial. No carro em que eles estavam, os agentes encontraram duas pistolas. De acordo com a polícia, os rapazes eram suspeitos de praticar roubos em residências na cidade. Ainda segundo PM, o confronto se deu após uma tentativa de abordagem dos suspeitos que reagiram.
Ainda no sábado a noite, após as morte serem confirmadas, um grupo seguiu para a Avenida Brasília, trecho da BR-369, na altura do Jardim Nossa Senhora da Paz, conhecido como Bratac. Lá, incendiaram pneus e um sofá, bloquearam a rodovia e apedrejaram, vandalizaram e furtaram um ônibus que passava pela região.