Durante 13 dias, o piloto londrinense Otávio Munhoz enfrentou o frio e todas as dificuldades de estar em meio a uma floresta de Roraima para sobreviver a queda de um avião. Otávio desapareceu na tarde de 27 de setembro e só foi encontrado no último domingo, 9 de outubro.
Nesta quinta-feira (13), a irmã de Otávio, Cássia Munhoz, contou detalhes de como ocorreu a queda e como o irmão sobreviveu até ser encontrado no Rio Mucajaí.
As buscas pelo piloto começaram no dia 28 de setembro com a ida de aviões da Força Aérea para a região. A aeronave foi localizada no mesmo dia, porém os oficiais não conseguiram descer no local por causa do horário. No dia seguinte, o trabalho foi retomado e Otávio não foi encontrado. No entanto, uma pegada em um igarapé foi a pista que as equipes precisavam para descobrir que ele estava vivo e iniciassem as buscas por terra.
“O avião bateu em uma copa de árvore que não aguentou o peso da aeronave e quebrou. O avião pendeu para um lado. Quando o Otávio retirou o cinto de segurança, a porta lateral abriu e ele caiu de uma altura considerável”, contou Cássia Munhoz.
Na queda, o piloto bateu a cabeça no chão e desmaiou.
“Quando ele retomou a consciência, percebeu que tinha combustível caindo sobre ele e viu um princípio de incêndio na aeronave. Ele saiu de perto do avião pela possibilidade de explosão”, detalhou a irmã do piloto.
O piloto passou a caminhar pela mata, em determinado momento tentou voltar para o local onde estava a aeronave, mas não conseguiu localizar a direção correta. Com medo de se perder, Otávio decidiu por um caminho que pudesse chegar a um rio e começou a andar.
“Ele caminhou todos os dias, dormiu apenas a noite. No último dia, encontrou um rio e ficou boiando por cinco horas. Esse rio desaguou no Rio Mucajaí onde ele foi encontrado por moradores da região e resgatado”, contou Cássia.
Enquanto Otávio não era encontrado, a família estava recebendo informações diárias sobre as buscas de moradores que ajudavam nas buscas.
O piloto foi levado para um hospital de Boa Vista, capital de Roraima, sem nenhum ferimento, mas debilitado fisicamente.
“Foi feito o exame para malária que deu negativo e os testes de sangue também deram normais, porém ele está debilitado fisicamente. Ele perdeu muita massa muscular e cansa com facilidade. No período na mata ele teve forças para caminhar e ficou tranquilo. Ele sabia que estava forte porque tinha muita gente rezando por ele”, disse Cássia Munhoz.
Enquanto Otávio estava desaparecido, a família conseguiu ir para Roraima e se manter lá porque teve ajuda de amigos e parentes, tanto com apoio financeiro quanto de orações.
“Queremos agradecer todas as orações e a toda a ajuda dada pelas pessoas, essa ajuda contribuiu para encontrarmos o Otávio”