Gabriel Faveri permanece em prisão preventiva no Complexo Médico Penal (CMP), aguardando a realização do exame de insanidade mental, solicitado pela defesa.
O rapaz é acusado de ter tentado matar a influenciadora digital, Daniele Gonçalves, de 32 anos, com quem manteve um relacionamento. Ele a atacou com golpes de facão no rosto e no braço na Vila Casoni, no dia 9 de maio.
A defesa do rapaz alega que ele estava sob um surto psicótico, por isso a necessidade de um laudo oficial elaborado por peritos do CMP. A defesa ainda afirma que até que o exame não ocorra, não há novidades sobre o processo. “A nossa convicção diante dos documentos que juntamos, dos atestados médicos que recebemos é que realmente ele estava num surto psicótico”, afirmou o advogado de defesa, Sérgio Barroso.
As clínicas onde Gabriel esteve internado também foram oficiadas a encaminharem documentos, como os prontuários médicos. Se os exames comprovarem que o acusado tem problemas psiquiátricos, ele não passa por julgamento. Neste caso, será aplicada uma medida de segurança que deverá ser cumprida no próprio Complexo Médico Penal.
Mas se o resultado indicar o contrário, o rapaz pode ir a júri popular e responder por tentativa de homicídio com as qualificadoras: motivo torpe, meio cruel, recurso que dificultou a defesa da vítima e feminicídio.
Nossa equipe de reportagem conversou com a vítima, Daniele Gonçalves. Ela contou que desde que recebeu alta do hospital sua vida tem sido exclusivamente dedicada aos tratamentos de saúde. Os ferimentos foram tão graves que ela ainda está sem o movimento da mão direita e vai passar por mais três cirurgias.
Para fazer tarefas corriqueiras do dia a dia, Daniele conta que precisa da ajuda da mãe, e que seu principal desejo é reconquistar a autonomia. “A única coisa que eu sonho é voltar com meu braço normal e voltar a minha rotina normal. No momento é o que eu tenho em mente. Não consigo pensar no futuro”, afirmou.
Reconstruir a vida depois do trauma não tem sido fácil. Sem condições de trabalhar, Daniele paga as despesas de casa com a ajuda de amigos e ainda conta com apoio psicológico e se apega a fé. “É Deus que me conforta, que me fortalece e me dá ânimo. Você acordar e não ter uma rotina normal de ir trabalhar e poder fazer o que você quiser é muito difícil. Tem dias que eu acordo, vou ao medico e falo ‘não aguento mais’”, lamentou.
Mesmo diante das dificuldades, Daniele pretende criar uma ONG para auxiliar outras mulheres que também sofreram algum tipo de violência doméstica e prestar todo apoio necessário. “Essa ONG é pra ajudar milhares de mulheres que passam pelo o que eu passei.”